Com rejeição de acordos, população marchou em Londres pedindo novo referendo para  o Brexit
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Com rejeição de acordos, população marchou em Londres pedindo novo referendo para o Brexit

Pela terceira vez, o Parlamento britânico recusou o projeto proposto pela primeira-ministra Theresa May para regulamentar o Brexit, na manhã desta sexta-feira (29). Com 344 votos contra e 286 a favor, o Reino Unido se vê cada vez mais próximo de abandonar a União Europeia sem conseguir negociar os principais acordos que guiariam o período de transição e suas futuras relações comerciais.

O documento, que já havia sido aceito pela União Europeia, trazia duas novas estratégias de May para que o acordo fosse aprovado: seu comprometimento de deixar o cargo caso o projeto fosse aceito e a retirada da declaração política - um documento que delineia como seria a relação entre o Reino Unido com o bloco após o Brexit - dentre os assuntos a serem votados.

Logo após o plenário, May alegou que, com o novo resultado, o Reino Unido irá sair da União Europeia no dia 12 de abril e não em 22 de maio, como havia sido acordado pelo Parlamento na semana passada. Além disso, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, convocou para o dia 10 de abril uma reunião de cúpula com líderes da União Europeia, a fim de debater sobre os próximos passos em torno do Brexit.

May já havia sofrido derrota histórica no Parlamento em janeiro e  duas moções de desconfiança, que poderiam ter retirado a premiê do cargo. Com a nova promessa de renúncia, entretanto, os resultados podem contrários aos esperados, já que a oposição teme que o primeiro-ministro substituto de May seja até mais conservador do que ela.

Segundo o jornal britânico The Guardian o negociador-chefe europeu, Michel Barnier, já afirmava que a possiblidade de que o Brexit sem acordo é a mais "plausível". O mesmo estaria esperando a União Europeia , que se reuniu na manhã de quinta-feira (28) para decidir como se preparar para uma "crise total". 

No encontro em Bruxelas, ainda foram acordados três condições prévias impostas ao Reino Unido: que seja sinalizado, até o dia 18 de abril, que a conta de 39 bilhões de libras será paga ao bloco; que os termos em torno do "backstop" - controle aduaneiro que mais enfrenta barreiras no Parlamento - sejam mantidos; e que sejam respeitados os direitos de residência dos cidadãos e a coordenação social prevista no acordo de retirada. 

O cenário de impasse não descontentou só os agentes envolvidos na negociação, mas também a própria população britânica, que saiu às ruas de Londres, no último sábado (23), a fim de exigir um segundo plebiscito popular para o Brexit

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