Pelo terceiro dia consecutivo, a fronteira entre o Brasil e a Venezuela em Pacaraima (RR) amanheceu fechada. O presidente venezuelano Nicolás Maduro fechou a passagem na sexta-feira (22) para impedir a entrada de ajuda humanitária. A divisa venezuelana com a Colômbia também permanece fechada.
O bloqueio da ajuda humanitária gerou tensões e confrontos, resultando em dois mortos no Brasil e 285 feridos na Colômbia . Hoje (24), o clima está mais calmo. O governo brasileiro afirmou que não vai tentar passar com as doações novamente e a Colômbia decidiu fechar seu lado da fronteira para avaliar os danos causados pelos embates de ontem.
De acordo com o diretor-geral da agência alfandegária da Colômbia, Christian Krüger Sarmiento, o fechamento ocorre também para “realizar os consertos necessários para a correta prestação dos serviços, após os incidentes registrados durante a passagem das ajudas humanitárias para a Venezuela”.
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A fronteira colombiana fechou à meia-noite deste domingo (24) e continuará assim pelo menos até segunda-feira (25).
Após um dia de muita tensão e conflitos nas duas fronteiras, o domingo segue, por enquanto, sem confrontos. No sábado, manifestantes — em geral venezuelanos — se reuniram nas regiões de fronteira para protestar a favor da entrada de ajuda humanitária internacional no país.
A passagem de doações vindas dos Estados Unidos e de outros países, incluindo o Brasil, foi convocada para ontem, que ficou conhecido como o ‘Dia D’ da Venezuela, pelo opositor e autodeclarado presidente interino Juan Guaidó.
Guaidó foi reconhecido por mais de 50 países como presidente da Venezuela , inclusive o Brasil, e conta com a pressão internacional para fazer passar as doações e, mais ainda, para derrubar Nicolás Maduro do cargo. Ele considera que as últimas eleições que culminaram com a vitória de Maduro foram fraudadas.
Dois caminhões que saíram do Brasil chegaram a cruzar a fronteira, mas voltaram por conta das confusões. Da Colômbia, três caminhões ultrapassaram a região fronteiriça, mas dois foram incendiados. As doações que estavam no terceiro foram retiradas para evitar que também fosse queimada.
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O presidente Nicolás Maduro é contrário à entrada de ajuda humanitária na Venezuela. Ele acredita que isso pode abrir as portas para uma intervenção externa — principalmente dos Estados Unidos — na política venezuelana.