O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou em discurso na tarde de ontem (23) o rompimento de relações políticas e diplomáticas com a Colômbia, e ordenou a saída em 24 horas de todos os diplomatas e cônsules do país. A Colômbia reagiu afirmando que não reconhece o rompimento de relações, pois elas já não existiam, uma vez que o país não reconhece a legitimidade de Maduro.
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A Colômbia ordenou o retorno de seus funcionários como forma de preservar a vida e integridade deles. Ao ler um comunicado, o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Carlos Holmes Trujillo, disse que seu país reconhece Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente interino do país de Maduro , e agradece o convite dele para que os funcionários colombianos continuem em território venezuelano. O retorno, porém será organizado o mais breve possível.
O perfil da Presidência da República colombiana no Twitter compartilhou o vídeo em que o chanceler se pronuncia e descreveu o governo atual como ‘usurpador’. Trujillo disse ainda que Maduro será responsabilizado por "qualquer agressão" contra os diplomatas ou "desrespeito aos direitos deles, conforme normas internacionais" que possam ocorrer nas próximas horas.
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A vice-presidente colombiana Marta Lucía Ramírez, também reagiu ao discurso de Maduro. Ela afirmou, pelo Twitter, a Colômbia não nomeou nenhum embaixador para Caracas e não reconhece o embaixador venezuelano em Bogotá. Segundo a vice-presidente, o governo de Maduro terminou no dia 9 de janeiro.
Segundo o chanceler, a Colômbia atua com base no critério humanitário com intuito de ajudar a criar condições para que a Venezuela tenha novamente uma democracia e liberdade.
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Assim como o Brasil, a Colômbia tenta enviar alimentos e remédios para a população venezuelana. No entanto, a mando de Maduro , forças venezuelanas montaram barreiras para impedir a passagem de caminhões com os suprimentos. Manifestantes contrários ao bloqueio protestam, e o clima é de tensão na fronteira. De acordo com agências internacionais de notícias, caminhões com ajuda humanitária foram incendiados em território venezuelano e alguns retornaram para a Colômbia.