Testemunha de Jeová é condenado a seis anos de prisão na Rússia por "extremismo"

Desde 2017, Rússia proíbe que cerca de 200 mil Testemunhas de Jeová realizem atividades no país por considerar uma "ameaça à ordem pública"

Testemunha de Jeová é preso após realizar culto religioso em Oriol, na Rússia
Foto: Reprodução/Human Rights Watch/Jehovah's Witnesses
Testemunha de Jeová é preso após realizar culto religioso em Oriol, na Rússia

Um dinamarquês pertencente às Testemunhas de Jeová foi julgado na Rússia e condenado a seis anos de prisão por “extremismo”, nesta quarta-feira (6). Dennis Christensen, de 46 anos, está preso desde 25 de maio de 2017, quando sua casa foi invadida por policiais durante pregação religiosa, na cidade de Oriol.

Leia também: Igreja encerra culto de 3 meses após armênios serem liberados a ficar na Holanda

Em 2017, Testemunhas de Jeová - organização religiosa que baseia suas crenças em uma interpretação própria da Bíblia e compartilha preceitos de outras correntes do cristianismo – foram proibidas na Rússia pelo Tribunal Supremo. Os religiosos foram considerados “extremistas” e uma “ameaça à ordem pública” pelas autoridades russas, que impediram o grupo de realizar atividades no país e ordenaram o confisco de propriedades onde a organização tinha cerca de 200 mil seguidores e 395 centros.

Em comunicado, reprsentantes do grupo religioso na Rússia afirmaram que pretendem recorrer à decisão de prisão de Christensen, por ele ser “um homem inocente”. Yaroslav Sivulsky, integrante da Associação Europeia das Testemunhas de Jeová, afirmou ao Washington Post que o dinamarquês foi punido por “ler a Bíblia, pregar e ter um modo de vida moral”.

Leia também: Presença de mulheres 'impuras' em templo hindu gera protestos na Índia

A organização internacional Human Rights Watch (HRW) também saiu em defesa de Christensen e alegou que os seguidores estão sofrendo perseguição religiosa no país, sendo que alguns detidos foram considerados como “presos políticos” pelo Memorial, uma organização russa de defesa dos direitos humanos. Já o ministro dinamarquês das Relações Exteriores, Anders Samuelsen, anunciou que seu país continuará a ajudar Christensen e pediu à Rússia que “respeite a liberdade religiosa ”.

Leia também: Igreja Católica divulga quase 300 nomes de padres acusados de pedofilia no Texas

O julgamento da Testemunha de Jeová, que é casado com uma russa e mora há anos no país, começou em abril do ano passado. Christensen teve uma Bíblia, livros com conteúdos religiosos, laptops e discos rígidos confiscados pelos agentes do serviço secreto. O detido é acusado de incentivar publicações religiosas, manter locais de culto e promover o 'arrebanhamento' de novos fiéis.