O presidente norte americano Donald Trump decidiu cancelar a viagem da delegação do país à cidade de Davos, na Suíça, onde representantes de várias nações se reúnem na próxima semana para o Fórum Econômico Mundial. A decisão do republicanoi foi anunciada nesta sexta-feira (18).
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Trump
justificou que as autoridades são necessárias em Washington para lidar com a paralisação que atinge vários setores do governo. Em seu 27º dia, o chamado shutdown já é o mais longo da história do país.
"Em consideração aos 800 mil trabalhadores americanos que não estão recebendo pagamento e para garantir que sua equipe possa ajudar como necessário, o presidente Trump cancelou a viagem ao Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, em comunicado.
O secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, deveria chefiar a delegação de cinco pessoas, que incluía o secretário de Estado, Mike Pompeo, o secretário de Comércio, Wilbur Ross, o representante comercial dos Estados Unidos Robert Lighthizer e o assessor do presidente Chris Liddell.
Na semana passada, o próprio presidente já havia anunciado que não participaria do evento em Davos, também usando como justificativa a paralisação parcial que atinge o governo.
O Fórum Econômico Mundial ocorre entre 22 e 26 de janeiro e, neste ano, terá como tema principal a globalização na era da quarta revolução industrial, caracterizada por fenômenos como a inteligência artificial, a nanotecnologia e a aceleração da indústria robótica.
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, comparecerá ao evento, em sua primeira viagem internacional desde que tomou posse. A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e os primeiros-ministros da Itália, Giuseppe Conte, e da Espanha, Pedro Sánchez, também têm presença confirmada.
Entenda o shutdown no governo Trump
O shutdown foi iniciado em 22 de dezembro por conta da não aprovação do orçamento para 2019. O texto que incluía a previsão de recursos para a construção de um muro na fronteira com o México chegou a ser aprovado pela Câmara Baixa do país, mas emperrou ao ir à análise conjunta no Congresso. Trump decidiu levar adiante a tentativa de cumprir sua promessa de campanha (o muro para impedir a entrada de imigrantes ilegais) em 2018 devido ao fato de que o partido Democrata passou a ter o controle da Câmara na legislatura que começa neste mês.
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Trump e representantes da oposição democrata marcaram reunião para buscar encerrar a paralisação do governo, mas o presidente americano abandonou as tratativas . Em seu Twitter, o republicano alegou que a reunião foi “total perda de tempo”.
O shutdown atinge agências de dez departamentos do governo federal, incluindo Transporte e Justiça, assim como dezenas de parques nacionais.
Além disso, afeta cerca de 800 mil dos 2,1 milhões de funcionários do governo, que pararam de receber seus salários. Deles, 420 mil têm que comparecer ao trabalho, em serviços considerados "essenciais", enquanto o restante permanece em casa.
Segundo Trump , a adoção da medida é uma "questão humanitária". "Meus compatriotas americanos, esta noite estou falando com vocês porque há uma crescente crise humanitária e de segurança em nossa fronteira sul", afirmou o presidente em um pronunciamento oficial. "Todos os americanos são feridos pela imigração ilegal descontrolada", disse o republicano.