O governo dos Estados Unidos entrou neste sábado (12) em seu 22º dia de paralisação, o chamado 'shutdown' . Este já é o mais longo período de interrupção de serviços da história dos EUA e resulta da falta de acordo entre congressistas e o presidente Donald Trump, que exige US$ 5,7 bilhões no orçamento federal para a construção de um muro na fronteira com o México.
Cerca de 800 mil funcionários públicos ficaram ser receber o salário que deveria ser pago nessa sexta-feira (11), o que motivou protestos na capital Washington. Sindicatos de servidores acusam o governo federal dos EUA de violar as leis trabalhistas ao solicitar que funcionários considerados "essenciais" continuem trabalhando sem salário.
O aeroporto de Miami deverá fechar parcialmente durante o fim de semana por falta de funcionários. A agência Standard & Poors calcula que o ' shutdown ' já tenha dado um prejuízo de US$ 3,6 bilhões, média de US$ 1,2 bilhão por semana. Se durar mais 14 dias, o apagão custará mais que os US$ 5,7 bilhões solicitados por Trump ao Congresso para a construção do muro na fronteira com o México.
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O apagão foi iniciado em 22 de dezembro por conta da não aprovação do orçamento para 2019. O texto que incluía a previsão de recursos para o muro chegou a ser aprovado pela Câmara Baixa do país, mas emperrou ao ir à análise conjunta no Congresso. Trump
decidiu levar adiante a tentativa de cumprir sua promessa de campanha (o muro para impedir a entrada de imigrantes ilegais) em 2018 devido ao fato de que o partido Democrata passou a ter o controle da Câmara na legislatura que começa neste mês.
Nessa semana, Trump e representantes da oposição democrata marcaram reunião para buscar encerrar a paralisação do governo, mas o presidente americano abandonou as tratativas
. Em seu Twitter, o republicano alegou que a reunião foi “total perda de tempo”.
Trump diz ter poderes para declarar estado de emergência nacional e, assim, tomar medidas extremas para conseguir a verba desejada para a construção do muro mesmo sem a autorização do Congresso. O presidente insiste em alegar que há uma crise na fronteira sul do país.
Na quarta-feira, o presidente dos EUA fez pronunciamento em rede nacional de televisão para reforçar seus argumentos e cobrar apoio da população em sua jornada por recursos para o muro. Segundo Trump, a adoção da medida é uma "questão humanitária". "Meus compatriotas americanos, esta noite estou falando com vocês porque há uma crescente crise humanitária e de segurança em nossa fronteira sul", afirmou. "Todos os americanos são feridos pela imigração ilegal descontrolada", disse o republicano.
*Com informações da Ansa