Maduro diz que Venezuela "não terá Bolsonaro" e ataca Mourão: "Louco da cabeça"

O presidente venezuelano voltou a acusar os Estados Unidos de fazerem complô com o governo do Brasil e da Colômbia para derrubá-lo e assassiná-lo

A pedido de Bolsonaro, Nicolás Maduro foi desconvidado para cerimônia de posse do presidente eleito
Foto: iG Arte/Agência Brasil
A pedido de Bolsonaro, Nicolás Maduro foi desconvidado para cerimônia de posse do presidente eleito

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse em um discurso nessa quinta-feira (20) que o país "não vai ter um Bolsonaro" e desafiou o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, que chamou de "louco". Maduro disse que o chavismo continuará por muito tempo. 

Leia também: Da pré-guerra à paz, de Khashoggi a Maduro: o que foi notícia pelo mundo em 2018

"A Venezuela não é o Brasil. Aqui não vai ter um Bolsonaro. Aqui será o povo e o chavismo por muito tempo. Bolsonaro aqui não teremos nunca, porque nós construímos a força popular" declarou Nicolás Maduro , durante um ato do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV). 

Além disso, o venezuelano atacou Mourão, a quem chamou de "louco da cabeça" e "presidente paralelo". A declaração foi dada após o general ter afirmado que o governo de Maduro está chegando ao fim e ter defendido eleições diretas no país. "Aqui lhe espero, com milhões de homens e mulheres e com a Força Armada. Aqui lhe espero, Mourão, venha pessoalmente", desafiou. 

O ditador também voltou a acusar os Estados Unidos de fazerem um complô com o Brasil e a Colômbia para derrubá-lo e assassiná-lo. Ele ainda afirmou que o assessor de segurança nacional dos EUA, John Bolton, teria dado instruções para "provocações militares na fronteira" entre a Venezuela e o Brasil, em uma reunião com Jair Bolsonaro.

Na semana passada, o Ministério das Relações Exteriores desconvidou os chefes de estado da Venezuela e de Cuba para a posse de Bolsonaro no dia 1º de janeiro. Em sua conta do twitter, o futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, disse que a decisão foi tomada “em respeito ao povo venezuelano” e que “ não há lugar para Maduro numa celebração da democracia”. 

Segundo informações oficiais do Itamaraty, o convite chegou a ser enviado, tanto ao governo da Venezuela, quanto ao governo de Cuba, mas um comunicado desfazendo os convites foi enviado na sequência, a pedido da equipe de Bolsonaro. 

Leia também: Eduardo Bolsonaro chama Venezuela de narcoditadura e amplia polêmica sobre posse

Nicolás Maduro inicia, no dia 10 de janeiro, um segundo mandato, com duração de seis anos, após ser reeleito em outubro em votação boicotada pela oposição e denunciada como irregular pelos Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina.