Na ONU, presidente de Cuba diz que Lula é preso político e defende Maduro

Miguel Díaz-Canel, que participou pela primeira vez da Assembleia Geral da ONU, também pediu o fim do embargo econômico imposto pelos EUA

Miguel Díaz-Canel, de 57 anos, é o atual presidente de Cuba e discursou pela primeira vez na Assembleia Geral da ONU
Foto: Divulgação/Twitter
Miguel Díaz-Canel, de 57 anos, é o atual presidente de Cuba e discursou pela primeira vez na Assembleia Geral da ONU

O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Can el , em sua primeira participação na Assembleia Geral da ONU, fez uma série de acusações a intervenções que estariam acontecendo na América Latina, incluindo a prisão do ex-presidente Lula . “Denunciamos o encarceramento com fins políticos de [...] Luiz Inácio Lula da Silva e a decisão de impedir o povo de voltar a eleger para a Presidência o líder mais popular do Brasil”, disse nesta quarta-feira (26) durante a reunião, que acontece em Nova York .

Além de Lula, que está preso desde abril após condenação por corrupção e lavagem de dinheiro, o líder cubano também manifestou apoio a Nicolás Maduro e seu governo na Venezuela. “Nesse contexto ameaçador, queremos reiterar nosso absoluto apoio à revolução bolivariana chavista, à união cívico-militar do povo venezuelano e ao seu governo legítimo e democrático, conduzido pelo presidente Nicolás Maduro”, discursou o presidente de Cuba.

“Rechaçamos as tentativas de intervenção contra a Venezuela, que buscam asfixiá-la economicamente e prejudicar as famílias venezuelanas”, disse, em referência às recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em defesa de intervenção militar que poderia “triunfar muito rapidamente” contra o atual regime político do país.

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Presidente de Cuba reafirma "caráter irrevogável" do socialismo no país

Foto: Reprodução/Twitter
Novo presidente de Cuba desde abril deste ano, Miguel Díaz-Canel, ao lado do seu antecessor, Raúl Castro

Díaz-Canel cobrou o fim do embargo econômico decretado pelos Estados Unidos, apontado como um dos principais motivos que impedem o desenvolvimento de Cuba, e defendeu o caráter político-econômico da ilha. “A fome, a pobreza e o analfabetismo não são culpa do socialismo, mas sim do capitalismo, do neoliberalismo e do colonialismo”, disse na  Assembleia Geral da ONU.

O líder cubano ainda acrescentou que sua gestão continua a seguir os ideais de Fidel Castro e que o “caráter irrevogável” do socialismo do país será confirmado na reforma da Constituição, que será votada em um referendo.

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Atual presidente de Cuba , Miguel Díaz-Canel tem 57 anos e foi eleito em abril deste ano com 99,83% dos votos dos deputados do país. Ele substitui Raúl Castro, que deixou a presidência depois de cumprir dois mandatos, e é o primeiro civil a ocupar a presidência desde 1976.

*Com informações da Agência Ansa