O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiu “de última hora” ir para Nova York, nesta quarta-feira (26), para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). "Aterrissando em Nova York para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas. Trago a voz de todo o meu povo, venho carregado de paixão pela pátria para defender a verdade", escreveu Maduro no Twitter.
Na semana passada, o presidente venezuelano havia dito que ainda estava avaliando se havia condições de segurança para participar da Assembleia, e afirmou que havia planos para assassiná-lo. Desde então, não estava claro se Nicolás Maduro iria ou não à ONU.
Aterrizando en Nueva York para participar en la Asamblea General de las Naciones Unidas. Traigo la voz de todo mi pueblo, vengo cargado de Pasión Patria para defender la verdad. pic.twitter.com/IiDUjHfRQ2
— Nicolás Maduro (@NicolasMaduro) 26 de setembro de 2018
Também nesta quarta-feira (26), a Venezuela acusou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de promover uma "insurreição militar" no país, depois que o presidente americano advertiu na ONU que Maduro poderia ser derrubado por seus militares se estes quisessem.
"A Venezuela manifesta a sua mais enérgica rejeição ante as declarações belicosas e ingerencistas emitidas pelo presidente dos Estados Unidos (...), orientadas a promover uma insurreição militar no país", disse a Chancelaria em comunicado.
Apesar das trocas de acusações, Donald Trump disse estar disposto a se encontrar com Maduro na ONU, caso o governante venezuelano quisesse. No entanto, fontes da Casa Branca indicaram que, até o momento, não estão agendadas reuniões entre ambos.
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Nicolás Maduro denunciado
Líderes de Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru enviaram nesta quarta-feira (26) uma carta ao Tribunal Penal Internacional ( TPI ) com um pedido de investigação por crimes de lesa-humanidade cometidos pelo regime de Nicolás Maduro desde fevereiro de 2014 na Venezuela.
Até quinta-feira (27), a Procuradoria do tribunal se pronunciará sobre o documento. Entre as acusações citadas pelo chanceler argentino, Jorge Faurie, estão “detenções arbitrárias, assassinatos, execuções extrajudiciais, torturas, abusos sexuais, violações, atentados contra o devido processo”. Algumas das vítimas são menores de idade, afirmou o ministro. Se as denúncias forem comprovadas, "ficariam claramente configurados os crimes de lesa humanidade", acrescentou.
A corte já examina preliminarmente a situação no país caribenho desde o ano passado. Essa etapa antecede a abertura de uma investigação formal e não tem prazo para terminar; pode levar alguns meses ou até anos.
O tribunal apura se houve o uso excessivo de força pelas tropas do governo para dispersar e reprimir manifestantes, além de detenções aleatórias e abusos cometidos contra eles durante o encarceramento.
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As agressões cometidas por opositores contra forças de Nicolás Maduro também estão no escopo de análise da procuradoria do TPI. A carta desta quarta pede ao TPI que acelere essa investigação e apresente suas conclusões.