O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, decidiu “de última hora” ir para Nova York, nesta quarta-feira (26), para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). "Aterrissando em Nova York para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas. Trago a voz de todo o meu povo, venho carregado de paixão pela pátria para defender a verdade", escreveu Maduro no Twitter.
Na semana passada, o presidente venezuelano havia dito que ainda estava avaliando se havia condições de segurança para participar da Assembleia, e afirmou que havia planos para assassiná-lo. Desde então, não estava claro se Nicolás Maduro iria ou não à ONU.
Também nesta quarta-feira (26), a Venezuela acusou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de promover uma "insurreição militar" no país, depois que o presidente americano advertiu na ONU que Maduro poderia ser derrubado por seus militares se estes quisessem.
"A Venezuela manifesta a sua mais enérgica rejeição ante as declarações belicosas e ingerencistas emitidas pelo presidente dos Estados Unidos (...), orientadas a promover uma insurreição militar no país", disse a Chancelaria em comunicado.
Apesar das trocas de acusações, Donald Trump disse estar disposto a se encontrar com Maduro na ONU, caso o governante venezuelano quisesse. No entanto, fontes da Casa Branca indicaram que, até o momento, não estão agendadas reuniões entre ambos.
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Nicolás Maduro denunciado
Líderes de Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru enviaram nesta quarta-feira (26) uma carta ao Tribunal Penal Internacional ( TPI ) com um pedido de investigação por crimes de lesa-humanidade cometidos pelo regime de Nicolás Maduro desde fevereiro de 2014 na Venezuela.
Até quinta-feira (27), a Procuradoria do tribunal se pronunciará sobre o documento. Entre as acusações citadas pelo chanceler argentino, Jorge Faurie, estão “detenções arbitrárias, assassinatos, execuções extrajudiciais, torturas, abusos sexuais, violações, atentados contra o devido processo”. Algumas das vítimas são menores de idade, afirmou o ministro. Se as denúncias forem comprovadas, "ficariam claramente configurados os crimes de lesa humanidade", acrescentou.
A corte já examina preliminarmente a situação no país caribenho desde o ano passado. Essa etapa antecede a abertura de uma investigação formal e não tem prazo para terminar; pode levar alguns meses ou até anos.
O tribunal apura se houve o uso excessivo de força pelas tropas do governo para dispersar e reprimir manifestantes, além de detenções aleatórias e abusos cometidos contra eles durante o encarceramento.
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As agressões cometidas por opositores contra forças de Nicolás Maduro também estão no escopo de análise da procuradoria do TPI. A carta desta quarta pede ao TPI que acelere essa investigação e apresente suas conclusões.