Um ônibus que transportava uma série de crianças foi alvo de um ataque aéreo no norte do Iêmen, na manhã desta quinta-feira (9). No bombardeio, dezenas de crianças foram mortas e outras ficaram feridas. Segundo a Cruz Vermelha, a maioria das vítimas tinham menos de 10 anos de idade.
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As crianças estavam dentro do ônibus porque eram transportadas no mercado de Dahyan no norte de Saada. De repente, elas foram surpreendidas por um ataque aéreo, cuja autoria foi direcionada à coalisão liderada pela Arábia Saudita. Pelo menos 20 crianças foram mortas e outras 35 feridas no bombardeio no Iêmen .
"Depois de um ataque [um hospital apoiado pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha] recebeu dezenas de mortos e feridos", confirmou a Cruz Vermelha, acrescentando que "de acordo com o direito internacional humanitário, os civis devem ser protegidos durante um conflito".
A província de Saada é um redutos de rebeldes houthis e fica na fronteira com a Arábia Saudita . Segundo a coalizão árabe, os rebeldes dispararam um míssil na véspera e, por conta disse, o ataque no ônibus que levava crianças foi considerado uma "operação militar legítima".
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"Muitos mortos, ainda mais feridos, a maioria com idades menores de 10 anos", disse Johannes Bruwer, chefe do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICR) no Iêmen, afirmando que a organização está "enviando suprimentos adicionais para os hospitais para lidar com o fluxo". O número de feridos e mortos, apesar de já declarado, é incerto e pode aumentar.
Crianças sofrem com a violência e as condições de vida no Iêmen
Como sempre, em situações de risco, as crianças estão entre as pessoas mais impactadas pelas consequências da violência e da crise
. De acordo com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU), 80% das crianças no país precisam de cuidados urgentes e pelo menos duas milhões sofrem de mal nutrição.
O impacto da guerra e da fome já atingiu 12,5 milhões de jovens do Iêmen , o que foi descrito como “o maior surto de cólera da História em meio a maior crise humanitária do mundo”, em uma declaração conjunta da Organização Mundial de Saúde, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, e o Programa Mundial de Alimentos.