Os eleitores colombianos elegeram o ex-senador Iván Duque, candidato da direita, como presidente da Colômbia neste domingo (17). Com os votos apurados, Duque, candidato do partido Centro Democrático, conquistou 53,97% dos votos.
Principal rival de Iván Duque, o ex-guerrilheiro do M-19 e ex-prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, ficou em segundo lugar com 41,81%. A abstenção na votação foi de quase 48%. Essa foi a primeira eleição desde a assinatura do acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) , em 2016, que colocou fim a meio século de guerra entre o governo e a maior guerrilha do país
Ao longo da campanha, Duque prometeu “rever o acordo”, negociado pelo atual presidente Juan Manuel Santos, que ganhou o prêmio Nobel da Paz. Seu padrinho político, o ex-presidente Álvaro Uribe, foi um dos maiores críticos do documento, por considerar que tinha sido demasiado generoso com os ex-guerrilheiros.
Na época, sete mil rebeldes aceitaram deixar as armas em troca de anistia e do direito de formar um partido político, com oito assentos garantidos no novo Parlamento.
Os dois candidatos defendiam posições econômicas diferentes. Duque pretende reduzir os impostos para as empresas com o intuito de incentivar a produção e atrair capital privado. Petro estava mais preocupado com a dependência da economia colombiana do petróleo.
Leia também: Tiroteio em festival deixa ao menos um morto e 20 feridos nos EUA
Uribismo
Para muitos colombianos, a vitória de Duque representa o retorno ao Uribismo. Durante seus oito anos na presidência, Álvaro Uribe combateu as Farc e o Exército de Libertação Nacional (ELN), a segunda maior guerrilha do país.
Muitos colombianos consideram que a política linha dura enfraqueceu os guerrilheiros – motivo pelo qual acabaram aceitando negociar um acordo de paz. No entanto, o governo de Uribe também é associado a sérias violações de direitos humanos, cometidas pelas forcas de segurança e grupos paramilitares.
Leia também: Papa diz que aborto 'está na moda' e o chama de 'nazismo de luvas brancas'
Santos foi ministro de Defesa de Uribe, antes de ser eleito presidente da Colômbia em 2010. Uribe, entretanto, foi o mais duro critico do acordo de paz negociado com as Farc. Santos ainda tenta negociar um acordo com o ELN, antes de deixar o cargo.