Foi aprovada nesta terça-feira (5) uma resolução que pode conceder a suspensão da Venezuela da Organização dos Estados Americanos (OEA). A decisão foi tomada pela Assembleia Geral da OEA, que não reconhece a legitimidade da reeleição de Nicolás Maduro, anunciada no dia 20 de maio .
Aprovada com 19 votos a favor, a iniciativa foi promovida por Washington e apresentada pela Argentina, Brasil, Canadá, Chile, México e Peru
. A medida pede a aplicação dos princípios da Carta Democrática Interamericana por “alteração da ordem constitucional”, um processo que pode fazer com que a Venezuela
seja suspensa da OEA.
A capital venezuelana Caracas avaliou como um “ato ingerencista” em meio a uma “campanha criminosa” do governo norte-americano de Donald Trump. Porém, com a maioria dos votos, a resolução continuou valendo. Oficialmente são 35 membros da OEA , porém Cuba não participa da votação.
Desde a reeleição de Maduro, os Estados Unidos têm chamado o regime de “ditadura” e não reconheceram o resultado das votações venezuelanas.
"Em nome do presidente Trump, peço à comunidade de nações livres, de todo esse Novo Mundo, que expulsem a ditadura de Maduro da Organização de Estados Americanos. A OEA deve representar a liberdade. E agora é o momento", disse o vice-presidente Mike Pence, durante uma recepção nesta segunda-feira na Casa Branca.
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‘Absurdo’
Em resposta à resolução da OEA, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, a possibilidade de expulsão do país do órgão é “um circo” e “tudo um absurdo”. “Infelizmente, estes países não podem chamar hoje o vice-presidente dos Estados Unidos [Mike] Pence e dizer que cumpriram a missão”, afirmou o chanceler na saída da votação, de acordo com a Agência Efe.
“Ele solicita os votos para expulsar a Venezuela desta organização, mas nós já fizemos isso”, reiterou o ministro venezuelano, se referindo ao pedido de saída da OEA que Caracas iniciou em abril do ano passado, cujo processo será concluído em 2019.
Sobre o não reconhecimento do governo de Maduro, Arreaza afirma que “o único que pode declarar legalidade ou ilegalidade na Venezuela são suas instituições e seu povo”.
“O que esta instituição faz não tem absolutamente nenhuma importância neste país”, declarou.
Antes de a medida ser votada, na segunda-feira (4), Maduro denunciou uma campanha mobilizada pelos EUA que serviria como uma “chantagem e ameaça” contra os governos da região para que aprovassem a medida de suspensão do país.
"Nestas semanas, o governo dos Estados Unidos
tem desenvolvido uma campanha criminosa e macabra de chantagem e ameaça a todos os governos da América Latina e do Caribe (...) Cada vez que se aproxima uma assembleia geral da OEA vemos o mesmo filme", disse o presidente venezuelano.
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