A instabilidade política e econômica da Venezuela será um dos assuntos a serem tratados, nesta terça-feira (22), entre o vice-secretário de Estado norte-americano, John J. Sullivan, e o secretário-geral das Relações Exteriores, embaixados Marcos Galvão, em Brasília.
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Número dois do Departamento de Estado dos EUA, Sullivan veio a Brasília para conversar com Galvão sobre a segurança e a crise humanitária no país governado por Nicolás Maduro. Em comunicado divulgado pelo governo dos EUA, é citado o seguinte tópico de conversação: "apoio regional à restauração da democracia na Venezuela ".
O país de Maduro se tornou pauta desta semana depois que, no último domingo (20), eleições convocadas pelo governo reelegeram o presidente daquele país para mais seis anos de mandato.
As eleições foram marcadas por fraudes e por uma elevada taxa de abstenção. A oposição denunciou que Maduro não cumpriu as regras de uma eleição democrática no país.
Na última segunda-feira (21), o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, divulgou uma nota em que afirmou que a eleição “foi uma farsa, nem livre nem justa” e que o país não iria “ficar de braços cruzados enquanto a Venezuela desmorona”.
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O Itamaraty também anunciou ontem que decidiu não reconhecer o resultado das eleições. Junto a outros treze países latino-americanos que formam o chamado Grupo de Lima, o Brasil questionou a legitimidade do pleito.
“Nas condições em que ocorreu — com numerosos presos políticos, partidos e lideranças políticas inabilitados, sem observação internacional independente e em contexto de absoluta falta de separação entre os poderes —, o pleito do dia 20 de maio careceu de legitimidade e credibilidade”, diz nota do órgão.
Fórum de Segurança Brasil-Estados Unidos
A reunião ocorre em paralelo ao lançamento do Fórum Permanente de Segurança Brasil-Estados Unidos e está prevista para ter início às 15h, no Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty.
O Fórum de Segurança Brasil- Estados Unidos começou a ser discutido no governo da ex-presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente norte-americano Barack Obama, em 2015.
No entanto, as negociações não avançaram, depois de revelações de 2015 sobre o monitoramento das conversas telefônicas da presidente e altos funcionários do governo brasileiro, pela inteligência norte-americana.
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Hoje, com a pauta em comum a respeito da Venezuela , essa conversa entre ambas as nações pode, enfim, tomar seu rumo.
* Com informações da Agência Brasil.