Mais de 14 mil centros de votação foram abertos na manhã deste domingo (20) para a eleição presidencial na Venezuela. No país, 20,5 milhões de pessoas estão aptas para votar, no entanto, a expectativa é de que a abstenção deva ser grande, o que pode favorecer a reeleição de Nicolás Maduro, em mais 6 anos de mandato.
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Em Caracas e outras cidades da Venezuela , as urnas foram abertas às 6h (7h, em Brasília), mas os venezuelanos que moram no exterior, como Austrália, China, Índia e Malásia, por conta da diferença de fuso horário.
Meia hora antes de as urnas abrirem, Maduro publicou uma mensagem em seu Twitter citando um hino chavista usado durante sua campanha. “Começando um ótimo dia. Diana Carabobo toca em todos os cantos desta terra. Hoje é dia de festa, temos um encontro com a história!”.
Antes das 6h o ditador chegou acompanhado de sua esposa, Cilia Flores, e outros apoiadores para votar no colégio Miguel Antonio Caro, em Caracas. "Fui o primeiro votante da pátria (...), sempre em primeiro nas batalhas pela nossa soberania, pelo direito à paz", declarou o líder chavista, em entrevista coletiva depois de votar.
O presidente venezuelano disse que espera "uma muito boa participação" de eleitores neste domingo e que, ao final, os resultados serão "reconhecidos pelo povo", que "irá defendê-los;".
Maduro alegou novamente a existência do que chamou de "campanha feroz" de vários países para evitar a realização do pleito e pediu à comunidade internacional para "não antecipar posição" de rejeição a um resultado eleitoral que ainda não é conhecido.
Também disputam o cargo de presidente o ex-governador Henri Falcón - um chavista dissidente que não apoiou a decisão da coalizão oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD) de não participar e inscreveu candidatura -, o ex-pastor evangélico Javier Bertucci e o engenheiro Reinaldo Quijada.
Nestas eleições, na qual a MUD pediu que os eleitores não votem, também serão eleitos os membros dos conselhos legislativos dos 23 estados e dos 335 municípios.
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Eleições
O cenário no país não é dos mais animadores: há falta de reconhecimento da comunidade internacional, a maioria da oposição boicota as eleições por suspeitar de manipulação governamental.
Sendo assim, mesmo com um índice de rejeição de mais de 75% de acordo com as pesquisas de intenção de voto, o presidente Nicolás Maduro não deve enfrentar grandes dificuldades para se reeleger e continuar no cargo que ocupa desde 2013, após a morte de Hugo Chávez.
Sem a presença de competidores da oposição com grande peso político e com a expectativa de haver abstenção eleitoral, Maduro deve conseguir a reeleição. Isso porque, de acordo com a pesquisa da Atlantic Council divulgada em 5 de abril, quase a metade dos venezuelanos avalia não votar nas eleições presidenciais – o voto não é obrigatório no país.
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