O presidente do Irã, Hassan Rohani, advertiu neste domingo (6) que caso o presidente americano Donald Trump decida deixar o acordo nuclear iraniano, os Estados Unidos se lamentarão “como nunca”.
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“Temos planos para cada decisão do Trump. Se os Estados Unidos deixarem o acordo nuclear, vocês logo verão que eles vão se arrepender como nunca antes na história”, afirmou Rohani em um discurso veiculado na rede pública de televisão do Irã.
Além disso, o líder iraniano afirmou que não negociará suas “armas defensivas com ninguém e continuará combatendo o terrorismo em qualquer parte da região”.
"Produziremos e armazenaremos mísseis e armas em qualquer medida que for necessário, a ninguém importa a decisão que o povo do Irã tomar [a respeito deste tema]", declarou Rohani.
O presidente criticou os EUA , e afirmou que o país norte-americano promoveu nos últimos quatro anos "algumas sabotagens" contra o Irã. No entanto, nunca obteve sucesso e, desta vez, "novamente cometerá um erro".
"Trump diz continuamente que o JCPOA é a favor do Irã e em detrimento dos Estados Unidos, e que o Irã os enganou, mas não é assim. Nós não enganamos ninguém", garantiu Rohani.
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O governante iraniano indicou que, "apesar de os americanos não terem cumprido com o seu compromisso em todos os períodos, o Irã tem se mantido fiel às suas obrigações".
“Queremos dialogar com o mundo para que a nossa região seja segura, mas não vamos permitir que criem um novo Daesh [sigla em árabe para o grupo Estado Islâmico]”, informou o líder iraniano.
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Acordo nuclear
O acordo nuclear , firmado em julho de 2015, em Viena, foi feito entre a capital iraniana Teerã e o Grupo 5+1, que inclui China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia e Alemanha. Na época, quem assinou o tratado foi Barack Obama, então presidente americano.
O documento garante que o Irã não procura adquirir a bomba atômica e concorda e diminuir seu programa nuclear, garantindo ao mundo que suas atividades não são militares. Em troca, a República Islâmica teve o levantamento gradual e temporário das sanções internacionais impostas pelo programa.
No entanto, sem nenhuma palavra forte o suficiente para denunciar o acordo, Trump deu até 12 de maio para encontrar um novo texto que pudesse reparar as “lacunas terríveis” do atual. Se isso não acontecer, ele prometeu que deve retirar o país do acordo.
O ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, cujo país também faz parte do acordo, anunciou que deve visitar Washington em dois dias para discutir as questões sobre o Irã . Segundo ele, os ocidentais estão “unidos em seus esforços para combater o tipo de comportamento iraniano que torna a região do Oriente Médio menos segura”.
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