O ex-diretor do FBI James Comey afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é "moralmente incapaz" de ocupar o cargo que ocupa, além de mentir constantemente "sobre assuntos grandes e pequenos".
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"Eu não compro a ideia sobre ele ser mentalmente incompetente ou ter estágios iniciais de demência. Ele me parece uma pessoa de inteligência acima da média que acompanha as conversas e sabe o que está acontecendo", disse o ex-diretor do FBI . "Eu não acho que ele seja clinicamente incapaz de ser presidente. Eu acho que ele é moralmente incapaz de ser presidente", concluiu.
A declaração foi feita, neste domingo (15), durante entrevista de Comey ao programa 20/20, da rede norte-americana ABC. Na ocasião, Comey também disse que o magnata está acostumado a mentir e que trata as mulheres como "pedaços de carne".
"Uma pessoa que trata as mulheres como se fossem pedaços de carne, que mente constantemente sobre assuntos grandes e pequenos e insiste que o povo americano acredita nisso. Essa pessoa não está apta para ser presidente dos Estados Unidos, por motivos morais", acrescentou Comey.
Esta é a primeira vez que Comey é entrevistado por uma emissora desde que foi demitido por Trump, no ano passado. Segundo ele, trabalhar para o governo Trump cria um sério dilema ético. "O desafio com este presidente é que ele será uma mancha para todos ao seu redor", afirmou.
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Está programado para esta terça-feira (17) o lançamento do livro "A Higher Loyalty" ("Uma lealdade superior", em tradução livre), no qual o ex-chefe do FBI faz diversas revelações contra o político republicano.
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No livro, segundo a imprensa norte-americana, Comey chama Trump de mafioso, antiético e de não prezar pela verdade. Ele ainda revelou que o governo do republicano é movido pelo ego e pela lealdade pessoal. Ainda não foram divulgados trechos oficiais da publicação.
Sobre investigações do FBI
Nessa mesma entrevista à ABC , Comey disse que o presidente dos Estados Unidos pode ter praticado obstrução de Justiça quando pediu a ele que parasse de investigar o ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn.
"Certamente é alguma evidência de obstrução da Justiça. Dependerá de outras coisas que aconteceram em consequência de sua tentativa". Além disso, Comey admitiu que a democrata Hillary Clinton venceria as eleições presidenciais e isso o influenciou a administrar a investigação sobre ela.
"Não recordo de ter afirmado, mas tinha que ser assim, porque ela seria eleita presidente e se eu escondesse isto do povo americano, ela seria ilegítima no momento em que fosse eleita, no momento que isto fosse revelado", disse o ex-diretor do FBI , ao falar sobre a reabertura da investigação que revelou o uso por parte da democrata de um servidor privado para trocas de e-mails.
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* Com informações da Agência Ansa.