Veja o que disseram líderes mundiais sobre ataques de mísseis contra a Síria
Ataques feitos pelos EUA, França e Reino Unido se deram em forma de retaliação pelo suposto uso de armas químicas comandado pelo governo sírio
Por iG São Paulo |
Diversos países se manifestaram sobre os ataques à Síria realizados nesta sexta-feira (13) pelos Estados Unidos, França e Reino Unido . A ação se deu em retaliação ao suposto uso de armas químicas contra civis feito pelo governo sírio, comandado por Bashar al-Assad, em abril.
Aliados das três nações culpam o próprio país sírio por agravar a crise humanitária em que vive, enquanto a Rússia, principal apoiadora da Síria , insiste que os EUA e seus parceiros é quem estão agravando a situação e apoiando o terrorismo.
Veja quais foram as reações dos principais líderes mundiais:
Síria
Em sua conta oficial no Twitter, a Presidência Síria publicou no início deste sábado (14) um vídeo de dez segundos que mostro o presidente Bashar al-Assad entrando em seu gabinete com ar tranquilo, e a legenda: “Manhã de perseverança”.
O Ministério das Relações Exteriores informou que a “agressão bárbara e brutal” dos ocidentais “tem como objetivo obstruir o trabalho” da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), que começa a investigar o suposto ataque químico que ocorreu em abril.
Rússia
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que o ato foi uma “agressão contra o Estado soberano” , e ainda acusou Washington de ajudar com sua ação os terroristas que atuam no país árabe.
"Com as suas ações, os EUA pioram ainda mais a catástrofe humanitária na Síria. Eles levam sofrimento para a população civil, e de fato, toleram os terroristas que torturam há sete anos o povo sírio", declarou Putin , em comunicado divulgado pelo Kremlin.
Além disso, Putin e outras autoridades solicitaram ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que fosse marcada uma reunião de emergência. O encontro deve acontecer ainda neste sábado de acordo com a organização.
EUA
Em seu Twitter, o presidente norte-americano, Donald Trump, elogiou, neste sábado (14), o lançamento de mísseis à Síria. O ataque foi realizado na sexta-feira (13) em represália ao suposto uso de armas químicas , proibidas pela ONU, que teria sido comandado pelo ditador sírio Bashar al-Assad.
Trump também agradeceu a “sabedoria” com que o ataque foi feito, e o poder militar de seus aliados, França e Reino Unido, que também participaram da ação.
“Um ataque perfeitamente executado na noite passada. Obrigado à França e ao Reino Unido por sua sabedoria e pelo poder de seus excelentes exércitos. Não poderia haver resultado melhor. Missão cumprida!", escreveu ele.
Arábia Saudita
O governo saudita informou, por meio do Ministério das Relações Exteriores - aliado de Washington, EUA -, que os bombardeios são uma resposta ao “contínuo uso das armas químicas proibidas internacionalmente por parte do regime sírio contra civis inocentes, entre eles crianças e mulheres”.
A Arábia Saudita ainda reforçou que a culpa do atual cenário sírio cabe a Assad, que continua com “cruéis crimes cometidos há anos”.
Alemanha
Angela Merkel se pronunciou a favor do ataque dos três países: “Apoiamos o fato de que nossos aliados americanos, britânicos e franceses (...) assumiram suas responsabilidades. A intervenção militar era necessária e apropriada".
China
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Para a ministra das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, o ataque deve ser resolvido por meio de diálogo e negociação, conforme informou a agência estatal Xinhua.
"Qualquer ação militar unilateral que passa por cima do Conselho de Segurança é contrária ao propósito e aos princípios das Nações Unidas, viola os princípios do direito internacional e as regras básicas de relações internacionais, e vai piorar o conflito sírio", afirmou.
Em relação ao suposto uso de armas químicas pelo governo sírio, a ministra chinesa pediu uma investigação imparcial e objetiva. “Antes disso, nenhum prejulgamento deve ser feito”, disse.
Irã
O principal aliado regional de Damasco alertou sobre as “consequências regionais” que os ataques causaram, condenando-os. “Os EUA e seus aliados, sem qualquer aviso e antes de uma posição da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), realizou esta ação militar e será responsável pelas consequências regionais desta aventura”, declarou o porta-voz da chancelaria iraniana, citado pelo canal Telegram.
O guia supremo iraniano, o ayatolá Alí Jamenei, fez duras críticas à atitude dos EUA, França e Reino Unido, chamando os presidentes dos três países de “criminosos”. “O ataque levado a cabo esta manhã contra a Síria é um crime”.
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Japão
Em apoio aos EUA, Reino Unido e França, o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse que a ação “evitará um agravamento da situação e reduzirá as capacidades do regime” de Bashar al-Assad.
“O uso de armas químicas é extremamente desumano e nosso país não pode consentir seu uso ou disseminação. Por isso, meu governo apoia os EUA, Reino Unido e França”.
Israel
"No ano passado, o presidente americano Donald Trump disse que o uso de armas químicas seria uma violação da linha vermelha. Esta noite, sob a direção americana, Estados Unidos, França e Reino Unido atuaram de modo coordenado. A Síria continua realizando ações assassinas", afirmou uma fonte do governo israelense que pediu anonimato.
Reino Unido
Em sua manifestação, a primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou que se esgotaram "todos os canais diplomáticos possíveis" e por isso concordou com uma ação contra a Síria. Para ela, esse foi um ataque "limitado, direcionado e eficaz" para degradar a capacidade do regime de Assad de desenvolver e empregar armas químicas.
Segundo a líder, com base em todas as evidências reunidas, seu governo está "certo" de que foram as forças sírias as "responsáveis" de ter utilizado arma química há uma semana na cidade de Duma. "Nenhum outro grupo poderia ter feito este ataque", afirmou a primeira-ministra britânica.
Turquia
Segundo o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, os ataques contra Síria foram apropriados, em represália ao que ele chamou de atitude “desumana” do regime de Bashar al-Assad.
"Uma reação apropriada que expressa a consciência de toda a humanidade ante o ataque de Duma, sobre o qual há fortes suspeitas de que foi executado pelo regime", afirmou o ministério turco das Relações Exteriores.
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