O Brasil anunciou nesta quarta-feira (28) sua candidatura a um assento não-permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) para o biênio 2022-2023. O país pleiteia uma das duas vagas destinadas às nações da América Latina e do Caribe, atualmente ocupadas por Peru e Bolívia. A última vez que o Brasil integrou o Conselho foi em 2010-2011. Se eleito, será seu 11º mandato no órgão.
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"A participação brasileira no Conselho de Segurança das Nações Unidas ( ONU ) no biênio 2022-2023 permitirá ao país, no bicentenário de sua independência, contribuir diretamente para as principais decisões sobre a paz e a segurança internacionais", diz uma nota do chanceler Aloysio Nunes Ferreira.
Reforma do Conselho de Segurança
O Brasil é um dos defensores da reforma do Conselho de Segurança e da ampliação do número de assentos permanentes, hoje ocupados por cinco países: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia, todos com poder de veto. Ao todo, o órgão inclui 15 nações.
Em 2017, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em um vídeo, as mudanças no órgão da entidade . “O Conselho de Segurança, criado em 1948, não representava a geopolítica de 2000”, argumentou. “O mundo é outro. E, portanto, era preciso criar novos parceiros para participar do Conselho de Segurança”, disse Lula na época.
Em 2016, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York, o presidente Michel Temer aproveitou a oportunidade para reiterar a posição brasileira em defesa da reforma do órgão da entidade.
“As Nações Unidas não podem resumir-se a um posto de observação e condenação dos flagelos mundiais. Devem afirmar-se como fonte de soluções efetivas. Os semeadores de conflitos reinventaram-se. As instituições multilaterais, não”, discursou Temer.
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“O Brasil vem alertando, há décadas, que é fundamental tornar mais representativas as estruturas de governança global, muitas delas envelhecidas e desconectadas da realidade. Há que reformar o Conselho de Segurança da ONU. Continuaremos a colaborar para a superação do impasse em torno desse tema”, defendeu o presidente na época.
* Com informações da Ansa