Deputados do Parlamento Europeu pediram nesta quinta-feira (15) a suspensão "imediata" das negociações para um acordo comercial entre União Europeia e Mercosul por conta do assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro . O documento assinado por mais de 50 eurodeputados documento é endereçado para a vice-presidente da Comissão Europeia, a italiana Federica Mogherini, responsável pela diplomacia do bloco.
No documento, os parlamentares europeus exigiram do Brasil “uma investigação independente, rápida e exaustiva que permita alcançar a verdade e a justiça". O texto ressalta que Marielle era relatora da comissão municipal criada para fiscalizar a intervenção militar no Rio e crítica da violência policial na cidade. "A defesa das populações oprimidas e discriminadas deve ser uma prioridade para a União Europeia. O assassinato de Marielle Franco pretende amedrontar os defensores dos direitos humanos, assim como influir nas eleições deste ano", diz.
Os parlamentares que assinaram o documento pertencem ao Grupo da Esquerda Unitária Europeia, que reúne 52 eurodeputados de partidos comunistas e socialistas, como o Podemos. O grupo tem cerca de 7% dos 750 assentos no Parlamento da UE.
Morte da vereadora
Marielle deixava um evento na Lapa, quando dois homens em um carro emparelharam ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam. O crime aconteceu na Rua Joaquim Palhares, próximo ao metrô, no bairro do Estácio.
A polícia entende que não se trata de um assalto , pois os criminosos fugiram sem roubar nada. A perícia encontrou nove capsulas de tiros no local e, pelo menos cinco deles, atingiram a cabeça da vereadora.
No momento do crime, a vereadora estava no banco de trás do carro, no lado do carona. Como o veículo tem filme escuro nos vidros, a polícia trabalha com a hipótese de os criminosos terem acompanhado o grupo por algum tempo, tendo conhecimento da posição exata das pessoas. O motorista de Marielle foi atingido por pelo menos três tiros na lateral das costas.
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Marielle Franco fazia parte da Comissão da Câmara que fiscalizava a intervenção federal no Rio de Janeiro. Referência para o movimento negro e feminista, ela deixou uma filha de 19 anos. O corpo da vereadora foi velado na Câmara dos Vereadores.