Mais de mil crianças foram mortas ou feridas na Síria em 2018, alerta Unicef

Ainda de acordo com a Unicef, são 342 crianças mortas e 803 feridas na Síria apenas nos meses de janeiro e fevereiro deste ano. Dessas, pelo menos 100 morreram em um mesmo ataque realizado em Ghouta Oriental

Pelo menos 100 morreram no mesmo ataque realizado na segunda-feira, em Ghouta Oriental, na Síria
Foto: Reprodução/CNN
Pelo menos 100 morreram no mesmo ataque realizado na segunda-feira, em Ghouta Oriental, na Síria

Mais de mil crianças foram mortas ou feridas nos primeiros dois meses de 2018 na Síria, segundo divulgou a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), nesta terça-feira (6). A estatística alarmante revela as consequências dos ataques constantes sofridos em regiões como da cidade Ghouta Oriental, onde vivem quase 135 mil menores de idade.  

Leia também: Em uma semana, ao menos 500 pessoas morreram em Ghouta, na Síria

Ainda de acordo com a Unicef, no total, são 342 crianças mortas e 803 feridas na Síria apenas nos meses de janeiro e fevereiro deste ano. Dessas, pelo menos 100 morreram no mesmo ataque realizado em Ghouta Oriental, subúrbio de Damasco, na segunda-feira (5), marcando o dia mais sangrento na guerra do país, desde que o Conselho de Segurança da ONU anunciou cessar-fogo, no dia 24 de fevereiro.

Antes disso, no dia 18 de fevereiro, pelo menos 600 pessoas foram mortas, e mais de duas mil ficaram feridas durante ofensiva aérea e terrestre realizada pelo governo de Bashar al-Assad na região.

Leia também: ONU responsabiliza governo da Síria por massacre com arma química

Foto: Reprodução/The Guardian
Bombardeio em Ghouta, na Síria, deixou mais de 100 mortos, sendo 20 crianças e 14 mulheres

Com tamanha violência, se esconder em abrigos subterrâneos já se tornou rotina no país, conforme afirma funcionários da Unicef ao canal “CNN”. Em imagens divulgadas por organizações e ativistas locais, é possível ver a situação degradante de tais “esconderijos”, mal equipados e imundos.

Comboio de ajuda em Ghouta

Nessa segunda-feira, um comboio carregado de alimentos e suprimentos médicos entrou na região rebelde de Ghouta Oriental pela primeira vez desde que o governo sírio lançou uma ofensiva mortal na região, há duas semanas.

Leia também: Ataque aéreo do governo deixa mais de 100 mortos e ao menos 500 feridos na Síria

O caminhão chegou a entrar na área dominada por rebeldes, mas teve de se retirar antes de terminar de descarregar todo o suprimento, segundo divulgou a agência das Nações Unidas para refugiados sírios. “Nós entregamos o máximo que pudermos em meio ao bombardeio. Os civis estão presos em uma situação trágica”, aponta um funcionário da ONU.

Foto: Reprodução
Ataques realizados pelo governo da Síria deixaram mais de 500 mortos em apenas uma semana de 2018

O governo de Assad teria tentado impedir o transporte da maioria dos suprimentos médicos pelo comboio, de acordo com Linda Tom, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários na Síria. No domingo, as forças governamentais assumiram o controle de várias aldeias dentro de Ghouta Oriental, o que representa uma grande mudança na região. A cidade é um dos últimos grandes enclaves rebeldes no país, que vem sendo devastada pela guerra há quase sete anos.