O presidente do Conselho Nacional Eleitoral venezuelano, Tibisay Lucena, informou que as eleições presidenciais, que aconteceriam em 22 de abril, foram adiadas para a segunda quinzena de maio. "Com esse acordo, certifica-se que, na Venezuela, serão eleitos nossos líderes e representantes com as mais amplas garantias constitucionais e democráticas", declarou.
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De acordo com os jornais locais, a medida aconteceu em concordância entre o atual governo da Venezuela e partidos opositores. A princípio, a votação aconteceria em 22 de abril, e o prazo para entrega de candidaturas era a última quarta-feira (28). O CNE anunciou a primeira data por conta de uma ordem da Assembleia Nacional Constituinte, cuja determinação era realizar as eleições presidenciais até 30 de abril.
Agora o prazo para oficializar candidaturas foi prorrogado por 48 horas, e, possivelmente, o pleito presidencial acontecerá junto às eleições para conselhos legislativos e municipais.
Para o principal cargo do país, concorrem, até o momento, Nicolás Maduro , atual presidente, e o opositor Henri Falcón. Ambos realizaram a inscrição na terça-feira (27). Falcón concorre contrariando a decisão da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) - da qual é membro - de boicotar as eleições.
OEA condenava antecipação
Na sexta-feira (23), a Organização dos Estados Americanos (OEA) condenou a convocação antecipada de eleições presidenciais pelo governo do presidente Nicolás Maduro. A reunião extraordinária foi convocada pela Argentina, Brasil, Estados Unidos, México, Panamá e Santa Lúcia.
Dezenove países votaram a favor da repreensão ao governo venezuelano, entre eles o Brasil, cinco foram contrários e houve oito abstenções – inclusive de aliados tradicionais de Maduro, como o Equador e a Nicarágua.
Os países da OEA pediram para que Maduro reconsiderasse as “prematuras convocações de eleições presidenciais” e apresente um novo calendário eleitoral que permita que as eleições sejam realizadas com as garantias necessárias para um “processo livre, justo, transparente, legítimo e confiável”.
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O embaixador José Luiz Machado e Costa, chefe da missão do Brasil junto à OEA, afirmou que a situação da Venezuela “se deteriorou a olhos vistos nos últimos meses” e que “a solução para os problemas venezuelanos está nas mãos do povo venezuelano”. Machado também expressou a preocupação do governo brasileiro sobre o “grande afluxo de venezuelanos que buscam abrigo em nosso território”.
* Com informações da Ansa