Além de toda a violência a qual são submetidas por causa da guerra na Síria, diversas mulheres estão sendo exploradas sexualmente no país. A parte mais intrigante é que os abusos sexuais têm sido feitos justamente por homens que estão prestando ajuda humanitária na região em nome da Organização das Nações Unidas (ONU) e de instituições de caridade internacionais.
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A grave denúncia foi feita pela BBC , nesta terça-feira (27). O site revelou, em reportagem especial, que há homens que obrigam a maioria das mulheres a trocar favores sexuais por comida. Os abusos sexuais foram relatados à imprensa por outros funcionários humanitários.
A notícia ainda foi baseada em um relatório do Fundo de População da ONU (UNFPA), que avalia a violência baseada no gênero. A pesquisa foi feita na região durante o ano passado e conclui que a assistência humanitária estava sendo trocada por sexo em várias províncias da Síria.
As agências da ONU e as instituições de caridade envolvidas afirmaram que há uma tolerância zero à exploração sexual e que não estavam cientes de casos de abuso por parte das organizações parceiras da região.
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Segundo as fontes ouvidas pelo artigo, a exploração é tão difundida que algumas mulheres sírias se recusam a ir a centros de distribuição porque seriam obrigadas a oferecerem seus corpos em troca da ajuda.
"Vozes da Síria 2018"
O documento elaborado pela UNFPA é intitulado "Vozes da Síria 2018" e cita diversos casos de exploração sexual. Ele ressalta ainda que há "distribuidores que pedem o número de telefones a mulheres e jovens" para lhes darem "carona" para suas casas e para terem algo em troca.
De acordo com o relatório, todas as mulheres, em especial as viúvas, divorciadas e deslocadas, estão vulneráveis a esta exploração sexual.
Os crimes começaram a ser denunciados há três anos, quando Danielle Spencer, uma funcionária humanitária, relatou que um grupo de sírias foram obrigadas a "vender" seus corpos em troca de comida em um campo de refugiados da Jordânia.
Alguns meses depois, em junho de 2015, o International Rescue Committee (IRC) entrevistou 190 mulheres e meninas em Dara'a e Quneitra e concluiu que cerca de 40% disseram que a violência sexual ocorreu quando elas acessaram serviços, incluindo ajuda humanitária.
Guerra na Síria
A guerra civil na Síria já dura mais de sete anos e, desde o dia 18 de fevereiro, morreram mais de 500 pessoas, incluindo crianças e mulheres, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos.
As mortes, em sua maioria, são decorrência da ofensiva liderada pelas tropas que defendem o presidente Bashar al-Assad, no poder desde o ano 2000, sobre a região de Ghouta Oriental.
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Com os abusos sexuais denunciados, as mulheres evitam a procura por ajuda humanitária e, assim, têm menos chances de se manterem saudáveis durante a evolução da guerra.
* Com informações da Agência Ansa.