Lideranças dos dois principais partidos separatistas catalães se reuniram, nesta terça-feira (9), em Bruxelas, na Bélgica, para debater estratégias para reconduzir Carles Puigdemont à chefia da região autônoma da Catalunha, na Espanha.
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O ex-presidente catalão e líder do partido independentista Juntos pela Catalunha e Marta Rovira, autoridade do partido Esquerda Republicana (ERC), já dizem contar com os votos necessários para eleger o novo líder da região. Como Puigdemont corre o risco de ser preso caso retorne à Espanha, os dois partidos cogitam empossar o líder mesmo que à distância.
Desde o dia 31 de outubro do ano passado, Puigdemont encontra-se exilado na Bélgica. Isso porque, após ter declarado a independência da região, decisão da qual acabou voltando atrás, uma ordem de prisão preventiva foi expedida contra ele e outros congressistas de seu partido.
Depois da fracassada tentativa de independência, ancorada em um referendo tido como ilegal pelo governo espanhol, Mariano Rajoy, presidente do país, destituiu os políticos envolvidos no processo e suspendeu temporariamente a autonomia da região. Em seguida, convocou novas eleições, realizadas no dia 21 de dezembro.
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Contrariando as previsões de Rajoy, contudo, os partidos separatistas obtiveram maioria no Congresso. Com isso, ganharam também o direito de indicar o próximo líder do governo catalão.
Entre os políticos eleitos, cinco estão exilados na Bélgica, e outros três seguem em prisão preventiva na Espanha, entre eles Oriol Junqueras, lider da ERC.
Os separatistas argumentam que já que a legislação permite que investigados se candidatem, eles têm também o direito de exercer seus cargos no Parlamento.
Presidente à distância
Caberá ao Parlamento catalão interpretar o regimento e decidir se é possível que Puigdemont assuma o governo à distância. Nesse caso, seu discurso de posse, de forma inédita, poderia ser feito via internet.
Não consta no regimento interno artigos que impeçam as ambições de Puigdemont. No entanto, qualquer que seja decisão ela deverá ser questionada no Tribunal Constitucional.
Os partidos que se opõe à independência da região, naturalmente, já anunciaram que farão o possível para impedir a tentativa de Puigdemont de reassumir o governo da Catalunha.
* Com informações da Agência Brasil
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