Ao menos 12 pessoas morreram em confrontos entre manifestantes e guardas de segurança no Irã, desde o início dos protestos que tomaram o país na semana passada, disseram autoridades nesta segunda-feira (1º).
De acordo com o jornal britânico The Guardian, os protestos, que começaram na última quinta-feira no Irã , têm ficado cada vez mais violentos. No domingo à noite, pelo quarto dia seguido de atos, os manifestantes foram às ruas horas depois que o presidente iraniano, Hassan Rouhani, reconheceu o descontentamento do povo com o seu governo.
Segundo o The Guardian, oficiais disseram nesta segunda-feira que dez pessoas morreram durante o ultimo protesto e ao menos 400 pessoas foram presas desde o início dos atos.
O movimento contra Rohani começou em uma cidade no nordeste do país, mas acabou espalhando-se rapidamente por outras localidades desde o dia 28. Da pauta econômica, os protestos viraram atos contra o sistema de governo do país, com as mais diversas reivindicações - desde a destituição do guia supremo, o aiatolá Ali Khamenei, até a liberdade de roupas para as mulheres, que são obrigadas a usar a vestimenta islâmica.
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Novo pronunciamento
O presidente Hassan Rohani voltou a falar publicamente nesta segunda-feira (1) sobre a série de protestos e pediu união entre "governo, Parlamento, Justiça e Exército" contra um "pequeno grupo violento" que atua nas manifestações.
Segundo Rohani, "esse pequeno grupo grita slogans ilegais, insulta a religião e os valores da revolução islâmica. Agora, precisamos nos concentrar sobre a importância do sistema, da revolução, dos interesses nacionais, da segurança e da estabilidade da região", disse o mandatário em um encontro com parlamentares.
Em outra parte de seu discurso, ele destacou que não queria "falar sobre as razões das desordens", mas pediu que os protestos "sejam feitos no respeito às leis e sem provocar ninguém".
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Ao falar sobre a economia, que foi o motivo que iniciou as manifestações, o presidente afirmou que o Irã "está acima do nível mundial, com um crescimento econômico de 6% na primeira metade do ano, mas isso não significa que todos os problemas tenham sido resolvidos". Ele ainda fez um "mea culpa" ao afirmar que, mesmo tendo criado 700 mil postos de trabalho, o governo "deve aceitar as críticas contra a atual taxa de desemprego".
* Com informações da Ansa