Nesta segunda-feira de Natal
(25), em meio à celebração da tradicional bênção "Urbi et Orbi" ("À cidade de Roma e ao mundo"), o papa Francisco aproveitou para pedir pela "paz" em Jerusalém e defender a coexistência, com fronteiras reconhecidas internacionalmente, de Israel com o Estado da Palestina.
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"Neste dia de fé, invocamos o senhor por paz em Jerusalém e toda a Terra Santa, rezamos para que entre as partes prevaleça a vontade de retomar o diálogo e se possa finalmente alcançar uma solução negociada, que permita a coexistência pacífica de dois Estados no interior de fronteiras concordadas entre eles e internacionalmente reconhecidas", disse o papa Francisco .
A declaração de Jorge Bergoglio acontece na mesma época em que há uma escalada da tensão no Oriente Médio, que eclodiu após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter contrariado a comunidade internacional de forma quase unânime e reconhecido Jerusalém como capital de Israel.
Essa não é a primeira vez que o pontífice fala sobre o assunto. Nas últimas semanas, ele fez apelos pela manutenção do "status quo" da cidade sagrada, cuja posse também é reivindicada pelos palestinos, e em defesa do respeito às resoluções das Nações Unidas (ONU), que qualificam Jerusalém
Oriental, a parte majoritariamente árabe do município, como uma "ocupação" israelense.
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Essa porção da cidade foi anexada por Israel em 1967, na Guerra dos Seis Dias, assim como a Cisjordânia. "Que o senhor também reconheça a boa vontade daqueles na comunidade internacional que buscam ajudar aquela martirizada terra a encontrar concórdia e segurança", acrescentou Francisco na bênção deste Natal.
Refugiados
Como de costume na "Urbi et Orbi", o pontífice abordou as principais crises humanitárias da atualidade, da Síria à Venezuela, partindo da jornada de Maria e José, que fugiram de Belém para o Egito com o Cristo recém-nascido.
"Hoje, enquanto no mundo sopram ventos de guerra e um modelo de desenvolvimento já superado continua a produzir degradação humana, social e ambiental, o Natal nos chama para o sinal da criança [Jesus] e a reconhecê-lo nos rostos das crianças, especialmente naquelas para as quais, assim como para Jesus, não 'há lugar no alojamento'", disse o papa.
Segundo o líder católico, é preciso "ver Jesus" nos rostos das crianças sírias, "ainda marcados pela guerra que ensanguentou o país nos últimos anos". "Que a amada Síria possa reencontrar o respeito e a dignidade de cada pessoa através de um compromisso comum para reconstruir o tecido social, independentemente do pertencimento étnico e religioso", acrescentou.
O pontífice também aproveitou para citar as guerras no Iraque, que, assim como a Síria, travou durante anos uma batalha contra o Estado Islâmico, e no Iêmen, "onde está em curso um conflito em grande parte esquecido e com profundas implicações humanitárias".
"Vejamos Jesus nas crianças da África, sobretudo naquelas que sofrem no Sudão do Sul, na Somália, no Burundi, na República Democrática do Congo, na República Centro-Africana e na Nigéria", ressaltou Bergoglio, que ainda passou pelas crises na Ucrânia e na Venezuela, traçando um mapa da dor no mundo a partir do sofrimento dos mais jovens.
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"Ao menino Jesus, confiamos a Venezuela para que possa ser retomada uma negociação serena entre os diversos componentes sociais, em benefício de todo o amado povo venezuelano", afirmou. O Papa Francisco ainda pediu "orações" pelo fim das "contraposições" na Península da Coreia, "no interesse do mundo inteiro".
* Com informações da Agência Ansa.