O Ministério das Relações Exteriores do Canadá reagiu nesta segunda-feira (25) de Natal ao anúncio da Assembleia Constituinte da Venezuela
de que o encarregado de negócios canadense não é mais bem-vindo no país.
A chefe do ministério canadense, Chrystia Freeland, afirmou por meio de nota que o movimento da Assembleia Constituinte é "típico do regime de Nicolás Maduro" (presidente venezuelano), e respondeu ao gesto declarando o encarregado de negócios do país latinoamericano "persona non grata" no Canadá
. Freeland também vetou o retorno do embaixador da Venezuela, que já não estava no território canadense por decisão do próprio presidente chavista.
"Essa ação é típica do regime Maduro, que tem constantemente minado todos os esforços pela restauração da democracia e ajuda ao povo venezuelano. Os canadensenses não irão ficar quietos enquanto o governo da Venezuela rouba de seu povo a democracia e direitos humanos fundamentais, e veta o acesso à assistência humanitária básica", afirmou Freeland.
"Vamos continuar trabalhando com nossos parceiros na região para pressionar o regime antidemocrático de Maduro e restaurar os direitos para o povo venezuelano", completou a ministra canadense de Relações Exteriores.
A expulsão do encarregado de negócios canadense de Caracas foi anunciada no sábado (23) pela presidente da Assembleia Constituinte, Delcy Rodríguez, sob a justificativa de que essa seria uma "resposta à sua permanente, insistente e grosseira intromissão nos assuntos internos da Venezuela".
Embaixador brasileiro
Dominada por aliados do regime chavista, a Assembleia Constituinte venezuelana também declarou "persona non grata" o embaixador brasileiro no país, Ruy Carlos Pereira.
Nesse domingo, o Itamaraty informou que não há previsão para o envio de um novo embaixador a Caracas. Conforme noticiado pelo jornal O Estado de São Paulo , o posto de Ruy Pereira deve ser provisoriamente ocupado pelo integrante do corpo diplomático brasileiro na Venezuela encarregado de negócios. Trata-se do segundo representante do Brasil há mais tempo em solo venezuelano, atrás somente do próprio Ruy Pereira, que ocupava o cargo desde 2013.
O Ministério das Relações Exteriores também divulgou nota afirmando que o Brasil "aplicará as medidas de reciprocidade correspondentes". É esperado que, assim como fez o Canadá, o embaixador venezuelano no Brasil, Alberto Efraín Castellar Padilla, também seja declarado "persona non grata".
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