Os 15 países-membros do Conselho de Segurança da ONU irão se reunir amanhã para avaliar resposta a Trump
Divulgação/ONU
Os 15 países-membros do Conselho de Segurança da ONU irão se reunir amanhã para avaliar resposta a Trump

Uma reunião de urgência foi marcada para a sexta-feira (8) pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a fim de analisar o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que reconheceu Jerusalém como a capital de Israel ontem, também anunciando a mudança da embaixada de Tel Aviv para a cidade sagrada.

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Os 15 integrantes do Conselho da ONU irão participar da reunião, ou seja, Bolívia, Egito, França, Itália, Reino Unido, Senegal, Suécia e Uruguai. As autoridades irão decidir qual a resposta darão ao governo de Trump depois da decisão polêmica – os Estados Unidos se tornaram o primeiro país (e único) a ter uma embaixada em Jerusalém, terra considerada sagrada por judeus, cristãos e muçulmanos.

Após o anúncio do presidente americano, o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, insistiu para que o status final da cidade sagrada seja resolvido por meio de negociações diretas entre israelenses e palestinos. Além disso, Guterres reforçou seu posicionamento de oposição a qualquer “medida unilateral” que possa colocar em risco o processo de paz entre os dois povos.

A decisão e a polêmica

Conforme esperado, o presidente Trump fez um discurso na tarde de ontem em que ordenou a mudança da embaixada americana em Israel, reconhecendo Jerusalém como a capital do país. Ao contrário do que o governo republicano defende, a ação é considerada polêmica e perigosa, pois pode travar as negociações de paz entre palestinos e israelenses. Ademais, a decisão é vista por outros países muçulmanos como uma provocação.

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Porém, fontes internas da Casa Branca reconhecem que a mudança pode travar tais negociações. A questão que ainda não foi respondida é: quanto tempo o impasse pode durar? “Estamos preparados para o descarrilamento - temporário, espero. É claro que será temporário”, disse um alto funcionário do governo à “CNN”, que ainda reconheceu que a equipe de paz dos EUA não conversou com os (agora) furiosos funcionários palestinos desde o anúncio do Trump.

Esse “rompimento”, ou seja, o reconhecimento de Jerusalém como capital parece ter sido “o preço” que a Casa Branca estava disposta a aceitar a fim de cumprir uma promessa da campanha  eleitoral. De acordo com dois altos funcionários, muitas pessoas “sentiram em ter de fazer o anúncio agora - antes de israelenses e palestinos chegarem à mesa de negociações”.

O anúncio ontem deixou as autoridades palestinas bastante alarmadas. O líder palestino, Mahmoud Abbas, e seu negociador chefe, Saeb Erakat, criticaram a decisão dos EUA e afirmaram que o movimento de Trump "desqualificou" o seu país na mediação do processo de paz.

Os funcionários da Casa Branca expressaram a esperança de que a administração republicana tenha conquistado confiança suficiente com os palestinos para amenizar tal atrito, mas disseram que ainda não podem responder quando “o relacionamento poderá ser remendado”.

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A mudança da embaixada em Israel é uma questão que abala a política externa dos EUA há décadas. A decisão de Trump acontece em meio a uma série de contratempos com os palestinos, incluindo uma ameaça anterior, feita pelo Departamento de Estado, de fechar o escritório da Organização Palestina de Libertação em Washington.

Revolta

Enquanto o Conselho de Segurança da ONU não se reúne para discutir o reconhecimento dos EUA sobre Jerusalém, o grupo muçulmano Hamas convocou uma nova intifada nesta quinta-feira, clamando uma revolta do povo palestino contra a política de expansão do governo de Israel.

*Com informações da Agência Brasil e "CNN"

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