Em janeiro de 2016, a polícia da Catalunha ficou chocada ao encontrar, em um apartamento na cidade de Girona, o corpo de Caleb, uma criança de oito anos, já em estado de decomposição. Os pais do menino declararam, na época, que não haviam percebido que o filho mais novo falecera. No mesmo ano, a família começou a ser investigada, porém, seu julgamento só está acontecendo neste ano.
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Segundo o El País, Bruce e Schrell Hopkins, naturais de Detroit, nos Estados Unidos, foram detidos assim que o corpo de seu filho foi encontrado. Eles conviveram com o cadáver por várias semanas e, durante o julgamento, explicaram que a criança sofria com asma e, após ser medicada, teria apresentado melhora no quadro, mas que foi dormir e não acordou mais.
Os americanos estão em julgamento pelos crimes de homicídio por imprudência grave com o agravante de parentesco. De acordo com o promotor Enrico Barata, que pede três anos e três meses de detenção para o casal, os dois tratavam Caleb com uma combinação de homeopatia com medicina tradicional e não teriam levado a criança ao hospital, mesmo cientes da gravidade da crise asmática.
O advogado de defesa, Christian Salvador, pediu a absolvição do casal porque "eles sempre ofereceram o cuidado e tratamento necessário à criança
, tanto tradicional quanto homeopático". Por isso, ele defende que os Hopkins não tiveram influência direta na morte de Caleb.
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Pentecostais
Por mais que os Hopkins aleguem ter tratado a criança com remédios tradicionais, Barata acredita que as práticas religiosas da família – praticante do pentecostalismo, um ramo do cristianismo – influenciaram na falta de assistência médica recebida pelo garoto, segundo aponta a BBC.
Desse modo, o casal seria contra práticas tradicionais da medicina por motivos religiosos, que teriam "sido priorizados em detrimento do bem-estar de Caleb", como alega a promotoria responsável pelo caso. Estabelecidos em Girona desde 2014, eles só teriam levado o garoto ao médico uma única vez, mesmo cientes de sua condição crônica.
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Por fim, o promotor defende que a família "perdeu o senso de realidade" quando o filho faleceu, e por isso, não chamaram uma ambulância ou declararam sua morte às autoridades. A decisão do juiz ainda não foi divulgada.