O governo da Coreia do Norte divulgou que o míssil lançado na manhã desta quarta-feira (horário local, noite de terça-feira em Brasília) pode atingir qualquer parte do território dos Estados Unidos.
Em um anúncio especial na TV estatal da Coreia do Norte
, o regime informou que o teste realizado com o míssil balístico intercontinental foi bem-sucedido e que o “Hwasong-15” seria uma versão atualizada do “ICBMs” que foi lançado em julho deste ano.
Na mensagem anunciada horas depois do lançamento, a apresentadora Ri Chun-hee citou algumas aspas do presidente do país, Kim Jong-un, que teria afirmado: “agora, nós finalmente entendemos a grande causa histórica ao aperfeiçoar a força nuclear estatal, a causa de construir um foguete”.
Leia também: "Revolução dos Banheiros": China quer a instalação de privadas pelo país
Kim Jong-un
teria assistido ao lançamento realizado em um subúrbio da capital Pyongyang. A agência de notícias oficial norte-coreana “KCNA” disse que o míssil é mais sofisticado que qualquer outro antes testado no país e que foi capaz de carregar uma “enorme e pesada ogiva nuclear”.
As informações sobre o novo lançamento norte-coreano ainda não foram verificadas, mas especialistas têm esperado que o país demonstrasse que possui todo o território norte-americano sob ‘sua mira e alcance’ – o que seria um desenvolvimento para fortalecer seu papel durante as negociações com Washington (sobre seu programa de armas nucleares).
Contudo, Pyongyang ainda não provou que tem, realmente, a capacidade de unir uma ogiva nuclear “miniaturizada” com um míssil balístico de longo alcance, e de enviá-lo em uma trajetória que atinja os Estados Unidos.
Repercussão
A Coreia do Sul e o Japão condenaram o governo de Kim Jong-un pelo mais novo lançamento que caiu no mar, em área próxima ao território japonês. A ação vem para trazer ainda mais tensão na península coreana – e, claro, entre os governos dos países envolvidos.
Somente em 2017, Pyongyang já lançou 20 mísseis balísticos , com pelo menos três sendo bem-sucedidos – depois de dois ICBMs no mês de julho. O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, expressou preocupação em torno da segurança regional, e de que a ação do país vizinho gere uma “espiral fora de controle”, levando os EUA a considerar realizar um “ataque preventivo”.
Leia também: Última comunicação de submarino argentino relatava curto-circuito, diz emissora
Pelo Twitter, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu a liberação de financiamento para a área de segurança do país, após a confirmação de que o míssil chegou nas proximidades do Japão. "Depois do lançamento dos mísseis da Coreia do Norte, é mais importante do que nunca financiar nossos militares", escreve. Os EUA, o Japão e a Coreia do Sul pediram ao conselho uma reunião de emergência, mas até a noite de ontem, o local e o horário ainda não tinham sido divulgados. No entanto, o encontro deve acontecer hoje (29).
*Com informações do jornal 'The Guardian' e Agência Brasil