O porta-voz da Marinha da Argentina, Enrique Balbi, confirmou nesta quinta-feira (23) que "foi registrado um evento anômalo, curto, violento e não nuclear, equivalente a uma explosão" no submarino ARA San Juan, que está desaparecido desde o último dia 15 com 44 pessoas a bordo.
O capitão Balbi não especificou quando esse problema teria ocorrido e também não avaliou se essa possível explosão seria capaz de destruir a embarcação. Ainda assim, segundo reportou o jornal argentino El Clarín , os familiares dos tribulantes do ARA San Juan demonstraram inconformismo e revolta após a notícia, que praticamente minou as últimas esperanças de reencontrar com vida as 44 pessoas a bordo do submarino . A possibilidade já se mostrava muito remota uma vez que o oxigênio no interior da embarcação seria suficiente apenas até essa quarta-feira (22) , segundo os cálculos de especialistas.
O porta-voz Balbi informou que a informação sobre a possível explosão chegou por meio da embaixada da Argentina na Áustria e que coincide com um relatório de "ruído" enviado por equipes americanas que cooperam nas buscas pelo submarino.
"Anomalia hidroacústica"
Mais cedo, o próprio Balbi havia relatado que uma "anomalia hidroacústica" tinha sido detectada em um ponto cerca de 56 quilômetros distante do local onde a embarcação fez o último contato com a Marinha.
Por conta disso, aeronaves dos Estados Unidos e do Brasil começaram a vasculhar a área para tentar localizar o ARA San Juan. Atualmente, mais de 10 países atuam na busca pelo equipamento militar que levava 44 tripulantes. Novas embarcações da própria Marinha Argentina, do Chile e dos Estados Unidos chegaram nesta manhã para auxiliar nas buscas.
"Não sabemos a causa que produziu isso nesse lugar, nesse tempo. Sobre qualquer hipótese ou conjectura, até que não tenhamos uma evidência concreta, não podemos dar nenhuma afirmação conclusiva", acrescentou o capitão Balbi.
O submarino ARA San Juan fez o último contato na manhã do dia 15, por volta das 11h (hora local), quando estava no Mar Argentino e a pouco mais de 430 quilômetros de distância da Patagônia, no extremo sul do continente. Mais de 4.000 pessoas ainda atuam na busca pela embarcação.
*Com informações e reportagem da Ansa