Donald Trump e Xi Jinping discursaram nesta sexta-feira (10) e defenderam posições contrárias
Reprodução/Twitter; Divulgação Governo da China
Donald Trump e Xi Jinping discursaram nesta sexta-feira (10) e defenderam posições contrárias

Nos anos 1980, tempos do governo do presidente norte-americano Ronald Reagen, os Estados Unidos eram uns dos principais defensores dos ideiais do neoliberalismo - abertura total de mercado, presença mínima do Estado e foco em crescimento ecônomico. Já a China , vivia seus primeiros passos de abertura para o exterior, após mais de 40 anos fechada para o mundo em seu governo socialista. No entanto, nesta sexta-feira (10), os papéis que os dois países ocuparam parecem ter "se invertido".

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Durante a conferência da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico ( Asia-Pacific Economic Cooperation , em inglês), realizada no Vietnã, o atual presidente dos EUA, Donald Trump , foi enfático ao dizer que ele sempre “colocará os Estados Unidos em primeiro lugar”, em um sinal claro de proteção ao mercado do país e fim de acordos econômicos muito abrangentes. Já o líder chinês, Xi Jinping , defendeu a globalização e um cenário sem muitas barreiras.

Em um discurso diante de líderes de vários países asiáticos e empresários do mundo todo, Trump prometeu deixar as portas norte-americana abertas: “Farei acordos bilaterais de comércio com países Indo-Pacíficos e que queriam se submeter aos princípios do que é justo e troca recíproca”. 

No entanto, em seguida, foi enfático: “O que não faremos é entrar em acordos maiores, que amarrem nossas mãos, entreguem nossa soberania [...]; atuaremos na base de respeito mútuo e benefício mútuo”, afirmou o líder.

Isso faz referência ao fato de, no início de seu mandato, o republicano ter desistido de um acordo comercial entre países da região do Pacífico, o Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica ( TPP, em singla em inglês), algo similar ao Mercosul, do qual o Brasil faz parte. A desistência fez com que o outros países da região tenham tido dificuldade de fechar o negócio.

E sem citar diretamente a China, país que alcançou posição de segunda maior potência econômica do mundo nos últimos 30 anos, ele esclarece que “todos devem jogar conforme as regras, mas não o fazem”.

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“Aqueles que não [jogam conforme as regras] podem ter certeza que não faremos vista grossa para violações, trapaças e agressividade econômica”, resume, em um tom duro, o mandatário norte-americano.

Veja um trecho do discurso (em inglês): 


Já Xi Junping, em um discurso horas mais tarde, afirmou que "ao longo das últimas décadas, a globalização econômica contribuiu significativamente para o crescimento global. Na verdade, tornou-se uma tendência histórica irreversível".

Atualmente, uma das principais reclamações nos Estados Unidos é a saída de fábricas e montadoras no meio oeste americano para áreas onde a mão de obra é mais barata, como na Ásia. Isso teria gerado desemprego no país,  apontam economistas, além de ter sido um dos principais motivos para a campanha presidencial de Trump ser bem sucedida, já que o republicano prometeu reverter a situação.

Hoje, Xi reafirmou a intenção do governo chinês de que não retardará seus passos na abertura própria. "Trabalharemos em conjunto com outros países para criar novos fatores de desenvolvimento comum”, confirmou. 

E em uma fala que poderia parecer impensável há décadas na China, um país que oficialmente ainda se autoproclama comunista e onde só existe um único partido político, Xi afirmou: "Vamos adotar políticas para promover altos padrões de liberalização e facilitação de comércio e investimento”.

Acordo entre países do Pacífico

O Apec foi fundado em em 1989, e os EUA aderiram já na presidência do ex-presidente George Bush (pai), sucessor alinhado com Reagen. A China aderiu em 1991, período em que já desenvolvia sua práticas de entrada no merdado mundial. A ideia do bloco é criar uma zona de livre comércio em 2020.

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Além das potências lideradas por Donald Trump e por Xi, também compõem o bloco a Austrália, o Canadá, a Rússia, o Chile, além de vários países asiáticos, como Coreia do Sul, Japão e Vietnã. O bloco representa mais da metade do PIB mundial e tem um mercado de 2,85 bilhões de consumidores.

*Com informações da Agência Brasil

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