De acordo com a emissora Al Arabya, o comitê anticorrupção da Arábia Saudita decretou a prisão de 11 príncipes, quatro ministros e dezenas de ex-ministros e antigos secretários de Estado neste domingo (5). As informações são da agência Reuters.
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A ação sem precedentes foi a pedido do príncipe herdeiro Mohamed bin Salman, 32 anos, que busca consolidar seu poder sob a Arábia Saudita . Entre os presos, estão o príncipe bilionário Alwaleed bin Talal, que tem inúmeros negócios com o Ocidente e é proprietário da empresa Kingdom Holding, o ex-ministro das Finanças saudita, Ibrahim al-Assaf, além de dois filhos do falecido rei Abdullah, conforme informou a agência Associated Press.
O chefe da Guarda Nacional, o chefe da Marinha e o ministro da Economia também foram destituídos de seus cargos. O motivo das demissões ainda não foi esclarecido. No lugar deles serão colocados os príncipes e outras autoridades escolhidas pelo rei Salm bin Adul Aziz.
O comitê responsável pelas prisões foi estabelecido um dia antes, no sábado (4), pelo rei Salm. De acordo com a agência Efe, o grupo vai investigar casos de corrupção e terá a capacidade de decretar a prisão de quem for considerado culpado.
O órgão também poderá proibir as viagens ao exterior dos suspeitos e congelamento dos bens de quem estiver sendo investigado, de acordo com as informações da agência SPA. "A pátria não existirá, a menos que a corrupção seja desarraigada e os corruptos sejam responsabilizados", disse o decreto que instituiu o comitê.
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As reformas políticas feitas pelo príncipe herdeiro não foram bem aceitas pela oposição, e pos isso as prisões foram decretadas, em tentativa de silenciar quem for contra o governo. Em um fórum na capital saudita Riad, o príncipe havia prometido, no mês passado, que faria uma Arábia Saudita “moderna e Tolerante” – lembrando que ele foi considerado uma das autoridades responsáveis pelo fim da proibição das mulheres sauditas a dirigir.
Repercussão
Para o Conselho de Clérigos os esforços contra a corrupção são “tão importantes quanto à luta contra o terrorismo” conforme publicou em seu Twitter. Essa declaração significa um respaldo religioso à operação.
“A amplitude e a escala das prisões parece não ter precedentes na história saudita moderna”, afirmou Kristian Ulrichsen, analista do Baker Institute da Universidade Rice.
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