Pelo menos 40 deputados conservadores do Parlamento britânico , entre eles 15 membros do governo, foram acusados de cometer assédio sexual ou ter comportamentos impróprios, informa a imprensa local desde o início desta semana.
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Segundo o jornal "Daily Telegraph", após o caso de assédio sexual
do produtor de cinema Harvey Weinstein vir à tona, funcionários de baixo calão do Parlamento decidiram fazer uma lista de políticos que teriam comportamento inadequado, que incluem conversas, contato físico e situações de teor sexual.
Nem todos os políticos acusados de assédio sexual foram identificados. Mas entre eles está o ministro de Defesa britânico, Michael Fallon, cuja identidade foi revelada pelo jornal The Sun. Ele teria repetidamente tocado o joelho da jornalista Julia Hartley-Brewer em um jantar em 2002. Fallon se desculpou publicamente. No entanto, a própria própria Hartley-Brewer minimizou o incidente: "Eu não fui uma vítima e não quero participar do que acredito que agora se tornou uma caçada às bruxas de Westminster".
Entre outros mencionados por nome estão o ministro do Comércio, Mark Garnier, que admitiu que havia pedido a sua antiga assistente que comprasse brinquedos sexuais, e o ex-secretário de Trabalho e Pensões Stephen Crabb, acusado de ter uma "conversa sexual" com um candidato a assistente que tinha 19 anos. Ambos também se desculparam.
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A primeira-ministra britânica, Theresa May , enviou nesta segunda-feira (30) uma carta ao presidente da Câmara dos Comuns, John Bercow, afirmando que os atuais procedimentos disciplinares não são suficientes uma vez que os membros do parlamento não os seguem.
"É fundamental que os funcionários e o público confiem no Parlamento e a resolução desta irregularidade de forma suprapartidária pode ter um papel importante", escreveu a premier, ressaltando que esta situação é inaceitável e "não pode continuar sendo tolerada".
Partido Trabalhista
O problema também não é somente do Partido Conservador ( Tory, em inglês). Bex Bailey, membro da executiva nacional do Partido Trabalhista ( Labour , em inglês), afirmou à BBC, nesta terça-feira (30), que foi estuprada há seis anos por um membro do partido, que na época ocupava posição superior à dela.
Bailey afirma que só teve a coragem de denunciar o caso alguns anos depois, mas que foi informada que era melhor não tornar o caso público, porque “poderia prejudicar” sua imagem. “Eu não acho que nem sequer me deram uma xícara de chá na ocasião, foi uma experiência horrível e é por isso que lutei tanto por mudanças na maneira como lidamos com isso”.
Nos últimos dias, uma série de denúncias de assédio sexual foi divulgada e expôs o comportamento inadequado de vários deputados no Reino Unido.
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*com informações da Ansa, The Telegraph, The Sun e The Guardian