A Arábia Saudita anunciou nesta segunda-feira (30) que a partir do ano que vem as mulheres poderão, pela primeira vez, frequentar arenas esportivas. A medida vai autorizar todas as mulheres a entrarem com suas famílias nos estádios das três maiores cidades do país, Riyadh, Jeddah e Dammam.
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De acordo com as autoridades, como as arenas esportivas da Arábia Saudita são lugares frequentados apenas por homens, os três locais serão adaptados para poderem acomodar as famílias já no início de 2018. Entre as mudanças haverá a instalação de cafés, telas de monitoramento e banheiros femininos.
Conservadorismo machista
Até o momento, o país era o único no mundo onde as mulheres eram proibidas ir a estádios e de dirigir carros . No passado a medida provocou diversos protestos. Considerada uma das nações mais conservadoras, sobretudo em relação às pessoas do sexo feminino, por lá, elas são submetidas à tutela dos membros masculinos da família - pai, marido ou irmão - para poderem estudar ou viajar.
Depois das diversas críticas internacionais, o reino parece estar tentando suavizar algumas restrições. Em julho deste ano, ativistas dos direitos humanos comemoraram a decisão do Ministério da Educação de permitir que as garotas pratiquem esportes nas escolas públicas.
Tantas restrições se devem ao sistema político e religioso vigente. O wahabismo, uma interpretação mais rígida da lei islâmica, é a fé dominante na Arábia Saudita.
Festas cristãs são proibidas
O islamismo é uma religião regida pelo Alcorão, livro sagrado que contém textos revelados ao profeta Maomé, e que tem Alá como Deus. A proibição saudita às festas cristãs segue a interpretação rígida do Islã seguida pela conservadora seita Wahhabi, implementada no país.
Todas as festas cristãs , e até mesmo algumas muçulmanas, são proibidas, pois são consideradas costumes estrangeiros não sancionados pelos sauditas. No Dia dos Namorados, por exemplo, as autoridades sauditas fazem uma forte fiscalização para coibir os cidadão de presentear seus parceiros.
O governo da Arábia Saudita adverte floristas e donos de lojas a não vender produtos como flores, presentes em forma de coração, doces e a cor vermelha. O Dia dos Namorados é oficialmente conhecido como o Dia de São Valentim, um santo cristão supostamente martirizado pelos romanos no século 3.
* Com informações da Ansa