Após um dia de protestos e incertezas, o presidente regional da Catalunha, Carles Puigdemont, afirmou que não cederà às pressões do governo de Madri e não irá convocar novas eleições na região. O anúncio veio após notícias na imprensa local de que Puigdemont anteciparia o pleito, o que motivou milhares de separatistas a protestarem em frente à sede do Parlamento local.
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Em discurso aos parlamentares da Catalunha no fim da tarde, no horário local, Puigdemont disse que descartou a ideia por "falta de garantias" do governo de Madri.
Nas ruas de Barcelona, durante o dia, milhares de pessoas, em sua maioria estudantes, chamavam a chamar Puigdemont de 'traidor' e saíram às ruas para fazer plantão na porta do Parlamento regional. O clima que permanece no ar é de incerta se a Catalunha irá anunciar sua indepedência ou não.
Reações
Antes do anúncio, alguns parlamentares foram drásticos quanto à possível “traição” de Puigdemont. Um dos deputados líderes do movimento de independência, Jordi Cuminal, disseque estava renunciando ao cargo por "não concordar" com o líder catalão.
Em compensação, a líder do grupo dos socialistas no Congresso, Margarita Robles, disse que, se houvesse a convocação de novas eleições na região, o artigo 155 não seria ativado, classificando a possibilidade como "magnífica" e um "triunfo para a democracia".
Artigo 155
A ativação do artigo está sendo debatida pelo Senado espanhol, por pedido do premiê Mariano Rajoy , após o referendo pela independência da região no dia 1º de outubro e o anúncio de que o Parlamento catalão poderia votar a independência de forma unilateral. O artigo 155 dá a responsabilidade de dissolver o parlamento catalão e convocar novas eleições ao primeiro-ministro espanhol, mas antes precisa ser aprovado pelo Senado.
Nesta quarta-feira (25), os partidos separatistas da Catalunha apresentaram um recurso no Tribunal Constitucional da Espanha para bloquear o artigo alegando que ele "viola os direitos das minorias".
Se a independência da Catalunha for levada adiante, Puidgemont corre o risco de pegar até 30 anos de prisão, segundo o ministro da Justiça, Rafael Català.
* com informações da Agência Ansa