Após o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, anunciar, neste sábado (21), que vai realizar uma intervenção na Catalunha , milhares de manifestantes – entre eles, autoridades catalães como o presidente regional Carles Puigdemont – saíram às ruas de Barcelona para protestar contra a decisão.
Marcado inicialmente para repudiar a prisão dos dois líderes separatistas Jordi Sànchez e Jordi Cuixart, o ato na Catalunha ganhou nova motivação com as declarações de Rajoy, feitas após reunião do Conselho de Ministros.
Na ocasião, o governo espanhol decidiu destituir o presidente Puigdemont e realizar novas eleições. Segundo informações da agência de notícias EFE , o país defende a aplicação da Constituição por entender que as decisões do governo catalão "atentam gravemente" conta o interesse geral do país.
Ao todo, a polícia local registrou que 450 mil pessoas foram às rua neste sábado, de acordo com a agência AFP .
Decisão do governo da Espanha
A decisão do governo prevê a realização de novas eleições regionais no prazo máximo de seis meses e se baseia no artigo 155 da Constituição.
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O texto estabelece que, caso uma autoridade autônoma não atenda aos requerimentos para voltar à legalidade, o governo pode aprovar um decreto com medidas concretas e assumir as responsabilidades regionais. Para ter validade, o decreto precisa ser aprovado por maioria absoluta no Senado da Espanha.
Com a aprovação, a responsabilidade de dissolver o parlamento catalão e convocar novas eleições será de Rajoy, que espera adotar a medida assim que a normalidade na região for, segundo ele, recuperada.
Em entrevista coletiva, o primeiro-ministro da Espanha afirmou que os objetivos da aplicação do Artigo 155 são, nesta ordem, retomar a legalidade, restabelecer a normalidade, manter a recuperação econômica e realizar eleições na região autônoma.
O decreto do governo espanhol afirma ainda que "os governantes catalães atuaram sem reconhecer a submissão a lei alguma e, com isso, invalidaram sua legitimidade como instituição de autogoverno".
O governo central afirma que as medidas têm como objetivo "assegurar direitos e não restringir liberdades" e argumenta que a Catalunha deixou de lado o interesse de parte dos moradores da região em favor do "ideário independentista de parte deles".
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* Com informações da Agência Ansa.