O presidente catalão, Carles Puigdemont , propôs ao governo da Espanha um período pré-estabelecido de dois meses para que haja negociações a respeito da independência da Catalunha – aquela, que ninguém entendeu se foi declarada ou não .
Para o governo espanhol, a carta não constitui uma resposta ao pedido de esclarecimento feito pelo primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, que ficou confuso com o discurso feito por Puigdemont na última terça-feira (10). Na ocasião, o presidente da Catalunha deixou dúvidas sobre a independência da Catalunha .
"O Conselho de Ministros concordou em requerer formalmente à Generalitat [o governo catalão] para que se esclareça se foi declarada a independência. A resposta do presidente da Generalitat definirá a resposta do governo nos próximos dias", disse Rajoy , na última quarta (11). Nesta segunda, acabaria o prazo para o esclarecimento desta questão.
Em uma carta, porém, Puigdemont defendeu nesta segunda que se abra um diálogo. "Durante os dois próximos meses, nosso principal objetivo é fazê-lo dialogar", escreveu Puigdemont, pedindo uma reunião "o mais rápido possível" para tentar resolver a crise. "Nossa proposta de diálogo é sincera e honesta", acrescentou.
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Pronunciamento confuso
Em seu discurso na terça, Puigdemont falou sobre o resultado do plebiscito separatista aplicado no início de outubro, considerado ilegal pelo Tribunal Constitucional espanhol. A vitória do "sim" definiu que a maioria dos catalães votantes teriam votado pela independência.
Na ocasião, o líder catalão compareceu ao Parlamento e afirmou que assumia o mandato do povo e disse que convertia a Catalunha
em um Estado independente. Mas, em seguida, acrescentou que estava suspendendo os efeitos da declaração de independência para que, nas próximas semanas, ocorresse um diálogo
entre as partes.
O discurso gerou dúvidas se a independência do território foi concluída. Sendo assim, Rajoy, exigiu formalmente ao governo catalão a confirmação da separação .
Segundo o primeiro-ministro, trata-se de um "requerimento prévio" a qualquer medida que o governo central possa adotar no âmbito do artigo 155 da Constituição, que pode suspender a autonomia da região. A aplicação deste artigo, que nunca foi feita, vem sendo estudada pelo governo como uma das medidas para impedir a independência da Catalunha.
* Com informações da Agência Ansa.