O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu nesta terça-feira (3) expulsar 15 diplomatas cubanos do país, em retaliação contra os supostos “ataques acústicos” que atingiram pelo menos 22 norte-americanos na embaixada dos EUA em Havana. Com a determinação do republicano, os diplomatas estrangeiros terão um prazo de sete dias para deixar o território norte-americano.
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A expulsão dos de diplomatas acontece menos de uma semana depois de Washington ter determinado a redução em 60% do seu pessoal na embaixada na capital Cuba. De acordo com Trump, a situação entre os dois países só poderá ser normalizada depois que for colocado fim nos ataques sonoros. Além disso, o governo americano cobra esclarecimentos de Havana sobre o caso.
Ninguém sabe ao certo do que se tratam os tais ‘ataques sonoros’, já que os EUA nunca especificaram as misteriosas ocorrências. O que se sabe até agora é que pelo menos 22 norte-americanos, entre diplomatas e funcionários do Departamento de Estado, ficaram feridos. Entre os relatos dos casos dos feridos, estão pessoas que sentem náuseas, relatam enxaquecas e até mesmo tiveram perda definitiva de audição, segundo afirmou o governo americano.
Os 15 cubanos expulsos representam cerca de dois terços da equipe alocada na embaixada em Washington. Com a saída desses funcionários, Cuba e EUA deverão ter um número similar de pessoas em suas respectivas sedes diplomáticas.
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As embaixadas de Cuba e dos Estados Unidos voltaram a ser abertas em 2015, após a reaproximação iniciada pelo ex-presidente Barack Obama e pelo presidente Raúl Castro no fim de 2014. Na época, havia mais de meio século que os dois países não se relacionavam diplomaticamente. Porém, o processo de reabertura acabou sendo interrompido após a ascensão de Donald Trump, que vem adotando uma postura mais dura em relação ao regime de Castro.
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"Ação precipitada"
Na sexta-feira (29), o governo de Cuba classificou como “precipitada” a decisão dos EUA de retirar mais da metade de seus diplomatas de Havana , limitando a emissão de vistos aos americanos que desejam ir para a ilha. Na ocasião, a diretora para os Estados Unidos do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Josefina Vidal, afirmou que a decisão poderia afetar a relação bilateral, mas ressaltou a vontade do governo de Raúl Castro de continuar com a "cooperação ativa" entre os dois países.
*Com informações da Agência Brasil e Agência Ansa