O Conselho de Segurança da ONU aprovou, por unanimidade, nesta terça-feira (12), novas sanções econômicas contra a Coreia do Norte. O texto prevê a proibição, entre outras coisas, da exportação de petróleo e gás natural para Pyongiang - com a exceção de fornecer o suficiente para a vida da população.
Leia também: Papa chama homens como Trump de 'estúpidos' por duvidarem de mudanças climáticas
As novas medidas aprovadas pela ONU miram a maioria dos produtos de compra e vendas da Coreia do Norte
, mas não são tão rigorosas como aquelas que os Estados Unidos desejavam. O banimento de venda do petróleo para o país de maneira integral, por exemplo, foi retirada do texto aprovado, sendo apenas prevista a redução da exportação. Alguns cuidados foram defendidos pela China e pela Rússia, países aliados de Kim Jong-un, que veem com muita desconfiança os possíveis resultados de tamanha pressão econômica no norte da península coreana.
“Os chineses e os russos somente estão aceitando as sanções com algumas lacunas, as quais permitem que eles ditem o quão forte [as imposições] irão ser”, afirmou Anthony Ruggiero, membro sênior da Fundação para a Defesa das Democracias em Washington, e ex-oficial nos departamentos de Estado e Tesouro, Anthony Ruggiero.
Alguns analistas ainda destacam que não se sabe ao certo o quanto Pequim e Moscou irão seguir as medidas aprovadas nesta semana. Isso porque a China, por exemplo, que monopoliza cerca de 90% do comércio exterior no país norte-coreano, tem sido criticada repetidamente por especialistas por já não cumprir as antigas sanções impostas pela ONU.
Leia também: Maduro diz que, pela paz econômica, 'se precisar se tornar um ditador, o será'
Nesse cenário, a redução de exportação do petróleo será um desafio. Hoje, não se sabe exatamente o número de barris que os chineses enviam para o pequeno vizinho, uma vez que os dados não são atualizados há três anos. “Para começar: como poderíamos saber se a China realmente limitará a exportação do petróleo se não reporta seus dados?”, questiona Kent Boydston, pesquisador analista no Instituto Peterson de Economia Internacional.
Um relatório recente de um painel de especialistas norte-americanos também encontrou falhas na aplicação das sanções existentes. Estima-se que o governo de Kim Jong-un conseguiu exportar pelo menos US$ 270 milhões em produtos proibidos já então proibidos entre fevereiro e agosto deste ano.
Assim, no intuito de pressionar tanto Pequim quanto Moscou para seguirem as regras, os EUA estão indo atrás de companhias e indivíduos suspeitos de terem realizado negócios com o regime norte-coreano, segundo explica Ruggiero. A administração de Donald Trump fez algumas ações em 2017, batendo no banco da China além de outras entidades chinesas e russas – com sanções.
Leia também: Isolada por furacão, menina com leucemia ganha festa de aniversário em hospital
Os Estados Unidos estão em uma corrida contra o tempo, depois de a Coreia do Norte levar a cabo uma série de lançamentos de mísseis nas últimas semanas, além de o maior teste nuclear já realizado.
*Com informações do jornal "The Guardian" e da Agência Ansa