Mercado retira produtos estrangeiros de prateleiras em campanha contra xenofobia

Você já imaginou como ficariam as prateleiras de um supermercado sem todos os produtos que são importados dos mais diversos lugares do mundo?

Foto: Creative Commons/Pixabay
O mercado alemão Edeka encontrou uma ótima forma de demonstrar um dos muitos problemas do racismo


Um supermercado alemão decidiu expandir o debate sobre o racismo e a xenofobia com uma campanha impactante: o Edeka, localizado na cidade de Hamburgo, retirou todos os produtos estrangeiros de suas prateleiras, e o resultado revela imagens chocantes.

Leia também: Jovem é impedida de participar de festival de calouros na Itália por ser negra




Para confrontar o racismo da sociedade, segundo o portal “Metro”, o mercado disponibilizou apenas produtos de origem alemã para serem vendidos durante um dia. Os consumidores que precisassem de tomates, por exemplo, não o encontrariam na loja, já que o fruto vendido na Alemanha é importado da Espanha.

Nas prateleiras, onde os alimentos deveriam estar, o Edeka colocou placas com frases como “essa vitrine é meio tediosa sem variedade” e “nossa seleção [de vegetais] sabe reconhecer fronteiras hoje”. Assim, os idealizadores da campanha tocaram em uma ferida de seus consumidores, já que todos valorizam a diversidade de produtos da loja, mas muitos deles ainda sustentam ideias xenofóbicas .



Informações do site “Evolve Politics” estimam que o supermercado perdeu dezenas de milhares de euros por causa de sua ação conscientizadora, porém, a reação positiva do público e sua divulgação nas redes sociais levarão novos admiradores para a loja, cuja imagem ganhou muitos pontos com a população.  

Assista ao vídeo que, publicado no Instagram, mostra o impacto dos produtos  estrangeiros  em um mercado: 


Leia também: Grupo xenofóbico confunde bancos de ônibus com mulheres de burca em foto

Campanhas conscientes

Ao mesmo tempo que o Edeka lançou sua provocação, o governo irlandês começou uma campanha para conscientizar a população sobre preconceitos, já que os casos de discriminação ainda acontecem em todo o território do país, segundo o site "Dublin People". A ideia é colocar placas e cartazes no sistema de transporte público, durante duas semanas, para alcançar o maior número de pessoas o possível, de acorrdo com o mesmo site.

Fiona Healy, do Conselho da Cidade de Dublin – capital da Irlanda – "durante o período da campanha, nós queremos encorajar os usuários do transporte público a denunciarem qualquer caso de racismo que for presenciado". 

Leia também: Vítima de ataque xenofóbico no Rio, refugiado sírio diz: "Quero paz para viver"