Grupo xenofóbico confunde bancos de ônibus com mulheres de burca em foto
Publicada em um grupo racista do Facebook, foto recebeu comentários como: "Tire essas mulheres do país. Estamos vivendo tempos assustadores”
Por iG São Paulo |
04/08/2017 16:59:10
O norueguês Johan Slattavik publicou a foto de um ônibus, com inúmeros bancos vazios, em um grupo norueguês racista do Facebook. Valendo-se da ilusão de ótica, ele já sabia que a imagem seria confundida com mulheres usando burca (veste feminina que cobre todo o corpo), fato que desencadeou centenas de comentários xenofóbicos e fez a história repercutir no mundo todo.
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Convictas de que a postagem era séria, as pessoas não perceberam que aquele era apenas um ônibus vazio e começaram a publicar comentários como “Isso parece assustador e deveria ser uma prática [o uso da burca ] banida. Você nunca sabe quem está sob a roupa, pode ser um terrorista armado”.
A situação passou a ser conhecida a partir do Facebook de Sindre Beyer, que printou as reações do grupo e publicou em seu perfil. Com a legenda “o que acontece quando uma foto com alguns bancos de ônibus vazios é colocada em um nojento grupo do Facebook, e praticamente todas as pessoas acreditam que são mulheres islâmicas?”, as imagens fizeram sucesso.
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As reações contrárias
Com cerca de dois mil compartilhamentos, a postagem recebeu comentários como o de Eli Eriksen Sveen, que declarou “as pessoas só enxergam o que elas querem ver”. Outro usuário da rede social desabafou: “eu não sei se devo rir ou chorar”.
Ole Christian Apeland escreveu que a situação – as pessoas que foram enganadas – é engraçada, mas ao mesmo tempo, revela pensamentos discriminatórios que o deixam muito triste e assustado.
Em entrevista ao site “Nettavisen”, Beyer declarou ter ficado “chocado com a quantidade de ódio e notícias falsas que são espalhados em grupos como aquele”.
Chamado “A Pátria Primeiro”, o grupo em questão possui mais de 13 mil membros – em sua maioria, naturais da Noruega – e concentra publicações de cunho racista , com reações parecidas com as do caso das mulheres de burca.
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