O Estado Islâmico usou uma criança de 10 anos de idade para enviar uma mensagem de guerra do grupo terrorista ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , nesta quarta-feira (23).
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Na mensagem, o pequeno mensageiro avisa Trump que a batalha entre o mundo ocidental e o Estado Islâmico vai acabar em terras americanas. "Esta batalha não vai acabar em Raqqa ou em Mosul. Ela vai terminar em suas terras", afirma o menino.
Em sua declaração, o menino afirma ainda que, segundo Alá, tal batalha já tem um vitorioso prometido. "Minha mensagem para Trump, o fantoche dos judeus: Alá prometeu-nos a vitória, prometeu-lhe derrotar", afirma.
O menino, que foi identificado pelo vídeo sob o nome de Yousef, fala inglês e diz ser americano, filho de um soldado do exército dos Estados Unidos . Ele afirma ainda que se mudou das terras do Tio Sam para a Síria por decisão de sua mãe.
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O vídeo, ainda segundo o pequeno mensageiro, foi gravado em Raqqa, cidade considerada a "capital do califado" do grupo terrorista. O local recentemente foi alvo de um grande ataque aéreo organizado pela coalizão internacional, liderada pelos Estados Unidos. O ataque em questão deixou dezenas de civis mortos.
Ainda de acordo com o vídeo divulgado e com informações exclusivas do SITE – portal de notícias oficiais do grupo terrorista – o pai do menino combateu na guerra do Iraque. Não há informações sobre como ele saiu da guerra: vivo ou morto.
Uso de crianças pelo grupo terrorista
Diversos analistas apontam que o grupo extremista, por conta de suas recentes derrotas, tem usado cada vez mais crianças para os combates.
Ao jornal Daily Beast, Mia Bloom, professora da Georgia State University que estuda grupos terroristas, afirmou que esse vídeo tem muitos significados.
"Embora esta seja a primeira vez que eles usam uma criança americana falando, é significativo que ele identifique seu pai como ex-soldado dos Estados Unidos e faça uma ameaça aberta ao Trump", afirma. "O uso de crianças dessa maneira destina-se a mostrar que o conflito é multi-geracional. Que até as crianças estão radicalizadas", completa.
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De acordo com a especialista, o Estado Islâmico usa quase duas dúzias de crianças por mês nas operações, tanto nas propagandas quanto nos ataques e bombardeios.
* Com informações da Agência Ansa.