Qual a melhor maneira para aplicar justiça em um caso de abuso sexual de uma menina de apenas 12 anos? Você pode pensar que o estuprador teria de ser preso, ser condenado à prisão perpétua, por exemplo. Mas, para anciões de uma vila paquistanesa, o crime só poderia ser retaliado com... O estupro de outra vítima, a irmã do criminoso.
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De acordo com a rede de TV “CNN”, anciões paquistaneses ordenaram que uma adolescente de 17 anos fosse abusada sexualmente por homens da comunidade, depois de seu irmão ser acusado de estupro
. Nesta quinta-feira (27), a polícia do país prendeu 20 pessoas envolvidas nos dois crimes ocorridos na semana passada, na cidade de Muzaffarabad, no sul do Paquistão.
A mãe da primeira vítima afirmou aos policiais que a filha, de apenas 12 anos, teria contado a ela que sofreu o abuso enquanto cortava grama em um campo aberto. Assim, se dirigiu aos anciões, que são bastante respeitados pela comunidade, que, por sua vez, deliberaram qual poderia ser a retaliação ao crime.
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Assim, chegaram à conclusão de que seria justo que uma das irmãs do criminoso fosse a próxima vítima da violência sexual
.
“As duas irmãs mais velhas do estuprador teriam sido apontadas, mas os líderes decidiram que a vítima seria a adolescente de 17 anos”, explicou a polícia ao canal. “As mães e as irmãs das vítimas protestaram a decisão, mas os anciões trouxeram armas e ameaçaram matá-las”, completou.
Os investigadores ainda estão buscando informações para detalhar o caso. Nenhuma das pessoas envolvidas nos casos foi identificada para evitar possíveis novas retaliações dentro da comunidade paquistanesa.
Abusos são comuns na região
O diretor do Centro de Prevenção à Violência contra as Mulheres de Multan, Salman Sufi, disse à “CNN” que as duas mães e as respectivas filhas violentadas foram atendidas pelos profissionais do centro. Ele ainda contou que a segunda vítima, de 17 anos, chegou ao local no dia 19 de julho, três dias depois da primeira vítima e sua mãe buscarem ajuda.
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“Exames médicos foram realizados nas duas, sendo confirmado que sofreram abuso sexual
”, afirmou Sufi.
O centro de proteção às mulheres foi aberto em março deste ano, conversando diretamente com a polícia para assistir às vítimas. “Desde março de 2017, nos quatro meses desde que começamos a trabalhar, recebemos e resolvemos 38 casos de estupro, somente nesta região”, disse o diretor.