O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou, em meio a uma entrevista coletiva concedida na manhã desta quinta-feira (6), na Polônia, que a Rússia pode ter interferido, sim, nas eleições dos Estados Unidos que resultaram na sua posse.
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Além disso, no mesmo pronunciamento, Donald Trump afirmou que haverá consequências "muito ruins" e "perigosas" para o comportamento da Coreia do Norte, que está se tornando, cada dia mais, uma séria ameaça nuclear contra os Estados Unidos: "é preciso fazer alguma coisa" sobre o assunto.
O duro e polêmico discurso de Trump acontece durante uma agenda bilateral que o magnata cumpre com o presidente polonês, Andrzej Duda, em Varsóvia. Hoje, o presidente norte-americano vai para Hamburgo, na Alemanha, onde participará da Cúpula do 20, reunião que conta com a participação dos líderes das 20 maiores economias do mundo.
Na Cúpula do G20, Trump encontrará, inclusive com o presidente da República, Michel Temer (PMDB) e com o líder do Kremlin, Vladmir Putin.
Eleições
A respeito da interferência russa nas eleições norte-americanas, Trump foi evasivo. Afinal, o magnata afirmou que pode ter havido uma interferência da Russia, mas também de outros países. "Ninguém sabe ao certo [...]. Eu penso que a Russia pode ter interferido, e acho que muitas pessoas intereferiram."
O FBI investiga a interferência de hackers da Rússia nas eleições presidenciais de 2016. O próprio Donald Trump é acusado pelo ex-diretor da instituição, James Comey, de obstrução de Justiça. Segundo Comey, ele teria sido demitido por Trump, ao recusar abandonar as investigações sobre a interferência russa.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov disse agência Reuters que o país reprova as declarações de Trump. "Nós não concordamos com essa abordagem."
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Peskov também explicou que o governo russo espera o primeiro encontro entre os dois presidentes justamente para resolver o que chamou de "falta de entendimento entre a Rússia e os Estados Unidos sobre expectativas para as suas futuras relações".
Coreia
Trump disse que não quer que a Coréia do Norte se torne uma nova Síria e pediu às nações aliadas para se juntarem não só para combater o terrorismo jihadista, mas também a ameaça norte-coreana.
Trump acrescentou que os EUA estão analisando várias medidas "severas" contra a Coreia do Norte, mas se recusou a responder quando questionado sobre uma possível resposta militar contra a Coreia do Norte.
"Eu não vou traçar linhas vermelhas", disse Trump, ao lembrar o que classificou como o "grande erro" de seu antecessor, Barack Obama, que estabeleceu um limite – uma "linha vermelha" – para o uso de armas químicas na Síria. Para Trump, Obama não cumpriu a ameaça que fez, depois que ficou comprovado que o presidente sírio, Bashar al-Assad, fez uso de armas químicas.
Sobre a Síria, acrescentou que nenhum país pode permitir ataques químicos em nome da defesa da humanidade.
Além disso, Trump disse que seu país está "comprometido" com a defesa da Europa e criticou a Rússia por atividades "desestabilizadoras" no continente.
Briga contra a imprensa
Na coletiva, Trump também voltou a criticar a rede CNN ao dizer que a empresa americana se dedica a veicular notícias falsas.
Segundo o presidente, a CNN "levou muito a sério" a postagem do vídeo na página dele do Twitter, em que ele aparece derrubando e espancando uma pessoa com a logomarca da emissora no rosto.
"Eles [CNN] tem sido notícia falsa por um longo tempo e eles têm me coberto de forma desonesta", disse Donald Trump.
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* Com informações da Agência Brasil.