Trump diz que 'tem direito' de compartilhar informações secretas com Rússia

Jornal americano "The Washington Post" havia publicado na segunda-feira que o presidente americano teria passado dados confidenciais aos russos

Donald Trump defendeu nas redes sociais o seu 'direito' de revelar informações secretas para o governo da Rússia
Foto: Divulgação/Facebook/Donald J. Trump
Donald Trump defendeu nas redes sociais o seu 'direito' de revelar informações secretas para o governo da Rússia

Na redes sociais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta terça-feira (16) o seu "direito" de revelar informações secretas para o governo da Rússia. A publicação veio um dia após o jornal The Washington Post  divulgar que o mandatário revelou informações "altamente confidenciais" ao ministro das Relações Exteriores russo, Serghei Lavrov, e ao embaixador russo nos EUA, Serghei Kisliak, durante uma reunião na Casa Branca na última semana.

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"Como presidente, eu quis compartilhar com a Rússia (em uma reunião aberta marcada pela Casa Branca), o que eu tenho o direito absoluto de fazer, fatos relativos ao terrorismo e à segurança nos voos. Razões humanitárias, e além disso eu quero que a Rússia aumente sua luta contra o EI [Estado Islâmico] e o terrorismo", escreveu Donald Trump em duas postagens no Twitter.

Com a afirmação, Trump acabou contradizendo o conselheiro para a Segurança Nacional, H.R. McMaster, que havia dito que a reportagem do jornal havia inventado as informações porque "não foi revelada nenhuma operação militar que não fosse conhecida publicamente".

A postagem também foi na contra-mão de uma declaração oficial do porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, que falou que seu país "não tem nada a ver com esse absurdo".  "É um completo absurdo, algo que nem temos como confirmar ou desmentir", disse Peskov à agência russa de notícias Tass .

De acordo com a reportagem do jornal norte-americano, Trump deu detalhes do motivo pelo qual seu governo proibiu o uso de laptops ou dispositivos eletrônicos em voos vindos do Oriente Médio. Além de informar sobre os procedimentos, o republicano teria dito de onde veio a informação de que o Estado Islâmico estava testando bombas em laptops e indicou a cidade em que um colaborador, de outra nação aliada, conseguiu a informação.

A informação era tão secreta que nem membros do governo norte-americano sabiam dela por conta de um pedido feito pela nação de origem do espião. O temor é que, a partir de agora, países aliados não repassem mais informações da Inteligência aos EUA ou que os russos consigam identificar onde ficam os informantes da coalizão ocidental.

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O governo russo tem uma posição oposta a dos EUA – e da coalizão internacional – no combate aos terroristas, especialmente, na Síria. Enquanto o governo de Vladimir Putin apoia o regime de Bashar al-Assad, os norte-americanos condenam o ditador e fazem ataques na Síria sem a autorização expressa do governo.

De acordo com a agência de notícias norte-americana Associated Press , os países da União Europeia já analisam se continuarão a compartilhar informações secretas e de Inteligência com o governo norte-americano se for confirmado que Trump "vazou" informações. A AP cita fontes oficiais de Bruxelas.

Posição da Rússia

O governo de Moscou rejeitou e ridicularizou nesta terça-feira (16) as informações de que o presidente dos EUA teria compartilhado informações secretas com altos funcionários russos. As informações são da agência EFE.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, recomendou nesta terça-feira a jornalistas russos não ler jornais dos EUA. "Garotos, outra vez lendo os jornais americanos? Não devem ler essas publicações. Nos últimos tempos isto não só é prejudicial, mas também perigoso", escreveu ela em sua página do Facebook.

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A porta-voz qualificou de "falso" o fato de Donald Trump ter compartilhado com Lavrov algum tipo de informação sensível. E disse que ela mesma, em 11 de maio, depois da reunião entre Trump e Lavrov na Casa Branca, advertiu que os meios de comunicação americanos anunciariam, dias depois, alguma suposta "notícia bomba".

* Com informações da Ansa e da Agência Brasil