O megaciberataque que afetou sistemas de comunicação em todo o mundo
na última sexta-feira (12) fez cerca de 200 mil vítimas em 150 países, informou hoje Rob Wainwright, chefe da Europol, a agência europeia de segurança.
O último balanço divulgado sobre o megaciberataque
havia sido elaborado pela empresa de segurança digital Kaspersky e dava conta de 75 mil casos em pelo menos 99 países.
A Europol classificou o crime digital em larga escala como "sem precedentes" e cobrou uma investigação internacional acerca dos autores do ataque.
O principal suspeito pelo ataque até o momento é o grupo de hackers Shadow Brokers, que no ano passado revelou informações retiradas dos sistemas da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos. Segundo o jornal The New York Times , é possível que o vírus utilizado no ataque também tenha sido roubado da NSA.
Em entrevista ao programa televisivo "Peston on Sunday" , o chefe do serviço europeu de segurança Rob Wainwright afirmou que "este é o momento para que todos os setores enxerguem a segurança digital como uma real preocupação".
A violação de sistemas de comunicação promovida contra órgãos públicos e empresas, especialmente das áreas da saúde e financeira, foi realizada através de um vírus ransonware , que ataca o computador e o torna "refém", como se fosse um sequestro. Os hackers então cobravam um resgate em dinheiro virtual (bitcoins) para que o usuário possa voltasse a ter acesso aos próprios dados.
O país mais afetado foi o Reino Unido, que teve os seus serviços de saúde suspensos durante todo o dia. De acordo com a Europol, tanto a Grã-Bretanha como a Espanha pediram ajuda formal para combater o ciberataque.
O Brasil também registrou o ataque e diversos órgãos públicos suspenderam temporariamente suas atividades para evitar a propagação dos vírus.
Os serviços do INSS e diversos departamentos de Justiça estaduais, por exemplo, foram paralisados momentaneamente durante a sexta, mas o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República informou que os problemas foram "pontuais" .
Ainda de acordo com o Gabinete, "não houve registros e evidências de que a estrutura de arquivos dos órgãos da administração pública federal tenha sido afetada".
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Histórico de ataques
De acordo com informações de empresas de anti-vírus, os ataques do tipo aumentaram 50% no último ano e, além de atingir usuários comum, os ransonwares começaram a agir contra instituições, escritórios e estruturas públicas.
A empresa Kaspersky calcula que, entre as empresas, passou-se de um ataque a cada dois minutos para um a cada 40 segundos. Já entre os usuários particulares, houve um ato a cada 10 segundos no ano passado. Esse levantamento diz respeito ao período anterior ao megaciberataque da semana passada.
*Com informações da Ansa