O governo do Afeganistão confirmou nesta sexta-feira (14) que a bomba lançada pelo exército dos Estados Unidos na quinta-feira (13) matou pelo menos 36 integrantes do Estado Islâmico. O artefato MOAB (Massive Ordnance Air Blast) GBU-43, também conhecido como "mãe de todas as bombas" ("Mother Of All Bombs", em inglês), atingiu estruturas controladas por um grupo extremista na província de Nangarhar, localizada na fronteira com o Paquistão.
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De acordo com informações da "EFE", o porta-voz do Ministério da Defesa afegão, Muhammad Radmanish, afirmou que o bombardeio também destruiu uma grande quantidade de armas e munição. Segundo a agência de notícias, o projétil foi lançado às 19h32 (do horário local do Afeganistão , ou 12h02 em Brasília), pesa cerca de dez toneladas e atinge oponentes por meio de uma onda de pressão aérea.
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Para analistas da imprensa norte-americana, o ataque no Afeganistão pode ter ajudado o presidente Donald Trump a demonstrar o poder militar à Coreia do Norte. No entanto, o efeito divide opiniões nos EUA. O jornal "USA Today" afirmou que, no curto prazo, o lançamento da bomba e o ataque na Síria podem aumentar a popularidade de Trump. O artigo, no entanto, afirma que é impossível prever qual seria a reação do republicano caso as tensões aumentem tanto na Síria quanto na Coreia do Norte.
Não houve registro de civis atingidos pelo lançamento da MOAB GBU-43, a bomba não-nuclear mais potente dos EUA. Ao comentar a missão, Trumpo disse que o recado sobre o alcance militar norte-americano está claro. Quando questionado sobre a relação com a Coreia do Norte, afirmou que "todo mundo sabe que nós podemos resolver isso". Segundo o jornal "Washington Post" afirmou que o governo norte-coreano acusou Trump de "criar problemas com suas opiniões "agressivas" no Twitter.
Neste sábado (15), a Coreia do Norte realiza comemorações do 105º aniversário de nascimento do fundador do regim, Kim II Sung. Cerca de duas centenas de jornalistas estrangeiros estarão na capital do país, Pyongyang, durante o desfile militar. De acordo com o jornal britânico "The Guardian", o governo norte-coreano estaria se preparando para um novo teste nuclear .
Relação tensa
Em outra análise sobre o lançamento da bomba no Afeganistão, a rede "CNN" afirmou que a ação foi realizada não apenas para atingir o Estado Islâmico ou para mandar recados outros países. Segundo jornalistas da emissora, a relação entre os dois países está em seu ponto mais crítico desde os meses posteriores aos ataque de 11 de setembro. Para piorar a situação, o grupo talibã ainda controla um terço do território afegão e a guerra encontra-se em um momento de estagnação.
* Com informações da Agência Brasil.