A exemplo do que aconteceu no Brasil em 2014, o Equador saiu dividido do segundo turno das eleições presidenciais, realizadas nesse domingo (2). Uma hora antes do anúncio dos resultados preliminares, que lhe davam estreita margem de vantagem, o candidato governista, Lenin Moreno, anunciou a vitória. “Serei o presidente de todos os equatorianos”, disse. Em seguida, ele pediu ao seu concorrente, Guillermo Lasso, que aceitasse a derrota – mas isso não aconteceu.
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No fim da noite, ainda antes do fim da apuração das urnas, Lasso anunciou que nesta segunda-feira (3) vai pedir uma segunda contagem dos votos. Ele disse ter provas de que houve fraude e pediu aos seus simpatizantes que façam uma vigília, para “evitar que se instale um governo ilegítimo no Equador ”.
Enquanto partidários de Lasso convocavam uma “paralisação geral cívica”, o presidente Rafael Correa comemorava a vitória de seu candidato. Com 95.64% das urnas apuradas, Moreno obteve 51.11% dos votos e Lasso 48.89 %. “A revolução voltou a triunfar. A direita derrotada, apesar de seus milhões e sua imprensa”, escreveu Correa no Twitter.
Disputa acirrada
Mal terminou a votação, milhares de partidários de Moreno e Lasso foram até a porta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) para esperar os resultados. Pela primeira vez, em uma década, foi necessário o segundo turno para definir quem presidirá o país. Durante uma década, o cargo tem sido ocupado pelo economista Rafael Correa, que em maio conclui seu terceiro e ultimo mandato consecutivo.
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A votação deste domingo – assim como o primeiro turno em fevereiro – foi acirrada. Na reta final, a campanha foi marcada pela troca de acusações e a polarização. O administrador cadeirante Moreno prometeu continuar a “Revolução Cidadã” e ampliar os planos sociais de Correa, de quem foi vice-presidente.
O ex-banqueiro conservador Lasso se postulou como o candidato da mudança e propôs reduzir impostos. As últimas pesquisas de opinião, publicadas antes da eleição, previam “empate técnico” – por isso foi feito um chamado à população para esperar os resultados oficiais.
O primeiro boletim do CNE estava previsto para as 20h (22h em Brasília). Mas Moreno se antecipou, depois que o instituto Cedatos publicou uma pesquisa de boca de urna dando a vitória, com 53.02% dos votos, ao candidato opositor. Ele acusou Lasso de manipular os dados, para instalar a suspeita de fraude, e ao anunciar a própria vitória, fez um discurso sobre o seu programa de governo.
Lasso, que também havia comemorado a vitória mais cedo, não aceitou a derrota, citando três pesquisas de boca de urna que asseguravam a vitória.
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O oposicionista acrescentou que tem provas de irregularidades em algumas urnas do Equador e pediu aos seus simpatizantes que virassem a noite, para acompanhar a contagem de votos até o fim. Ele disse que telefonou para o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, para informar sobre a situação.
* Com informações da Agência Brasil.