O Parlamento da Escócia aprovou nesta terça-feira (28) um pedido da primeira-ministra do território, Nicola Sturgeon, para negociar com o Reino Unido a realização de um novo plebiscito separatista.
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A questão devia ter sido debatida na última quarta (22), mas a sessão acabou adiada por causa do atentado terrorista que matou quatro pessoas na capital britânica, Londres. O primeiro plebiscito para a saída da Escócia do Reino Unido aconteceu em setembro de 2014 e terminou com um placar de 55,3% a 44,7% a favor dos unionistas.
Contudo, a aprovação do Brexit em um referendo no ano passado reacendeu os ânimos separatistas no território, que votou em peso (62% a 38%) pela permanência na União Europeia.
A aprovação do novo plebiscito, que ainda precisa obter o aval de Londres, ocorre um dia antes de a primeira-ministra britânica, Theresa May, ativar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que iniciará o processo de rompimento com Bruxelas. No entanto, a premier já disse que "não é o momento" de uma nova consulta popular sobre a independência da Escócia.
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Mudança de cenário
Em um falho referendo em 2014 sobre a independência, a Escócia votou para permanecer no Reino Unido (criado em 1801 e formado por Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte). Mas o Partido Nacional Escocês, liderado por Sturgeon, disse que a paisagem mudou desde que a Grã-Bretanha decidiu deixar a UE.
A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, defende que o Brexit está forçando o país a ir contra sua própria vontade, uma vez que 62% da população escocesa votou contra a saída do bloco.
Abrindo o debate sobre o referendo na semana passada no Parlamento de Edimburgo, Sturgeon disse que seria "errado, injusto e totalmente insustentável" para o governo de Londres bloquear o pedido da Escócia.
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Segundo a rede de TV americana CNN , os "conservadores escoseses", do Partido Trabalhista e dos Democratas Liberais, fizeram forte oposição a um novo referendo. Mas o Partido Nacional Escocês, o maior partido do Parlamento, será apoiado pelo Partido Verde, permitindo Sturgeon colocar Theresa May sob pressão.
*Com informações da Agência ANSA